sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Apicultura muda a vida de pequenas agricultoras em Irecê

A produção de mel, além dos benefícios para a saúde e ao meio ambiente, está transformando a vida de mulheres que resolveram se dedicar à atividade na comunidade de Mocozeiro, em Irecê. O trabalho desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), tem incentivado a apicultura com reflexo na melhoria de vida de famílias rurais.

Há cerca de dez anos, a apicultura era pouco desenvolvida na região de Irecê, onde os agricultores familiares não apostavam no potencial da produção de mel. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, a EBDA motivou os pequenos produtores a iniciarem a atividade sustentável.
No povoado de Mocozeiro, oito mulheres têm assistência da empresa. Marta Mendes e Maria José Oliveira, por exemplo, se organizaram e formaram a Associação dos Pequenos Produtores de Mocozeiro I (Apam). Hoje elas possuem 35 colmeias, de onde retiram a matéria prima para produzir balas, bolos, geleias, sabonetes, shampoos. E também vendem o mel in natura à prefeitura municipal e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Cada litro é comercializado, em média, por R$ 10, e os produtos derivados são vendidos em feiras e eventos locais.
Segundo a agricultora Maria Nita de Jesus, elas foram motivadas pela assistência técnica prestadas pela empresa. “A EBDA deu as primeiras instruções, ensinou sobre o manejo e hoje ajuda na organização e produção”. Para a apicultora Iraci Gomes, a persistência fez a atividade dar certo. “Nós lutamos muito e essa ajuda nos motivou. Hoje o dinheiro do mel é a solução na hora do aperto”.
A técnica Marta Mendes, responsável pela inserção da apicultura na comunidade, se reúne semanalmente com a associação, passa as instruções, ajuda na organização das planilhas de custos e faz capacitação com ajuda de técnicas sociais da empresa. “A apicultura é mais do que uma atividade financeira para as mulheres. É uma ocupação saudável”.
Renda extra se tornou fixa
A agricultora Jandira de Figueiredo foi a primeira a investir na apicultura no povoado de Mocozeiro II. “As abelhas invadiam minha casa. Então, um dia, a técnica Marta sugeriu que eu fizesse uma colmeia e tentasse produzir mel: foi o início da transformação na vida da minha família”.
De acordo com ela, logo nas primeiras safras, quando tinha quatro colmeias, os resultados e os lucros foram bons, motivando a continuidade. “Resolvi fazer e comprar mais colmeias, sempre com a supervisão de Marta”, diz Jandira. “Nós fomos aprendendo e crescendo juntas, uma incentivando a outra”, confirma a técnica da EBDA.
Com os lucros da produção de mel, Jandira reformou a casa, pagou a faculdade da filha em Salvador e melhorou a autoestima. Além dela e o marido, que deixou a agricultura para se dedicar à produção de mel, duas pessoas ajudam no manejo das abelhas. Oito anos após ter iniciado a atividade, ela tem cerca de 90 colmeias, de onde tira mais de duas toneladas de mel a cada safra.
O produto é vendido em baldes de 23 quilos cada um por valores entre R$ 80 e R$ 90. “Faço tudo com o maior carinho, pois a apicultura melhorou a minha vida e a da minha família”, diz. A apicultura era uma atividade que gerava renda extra para as agricultoras familiares. Agora está se tornando na principal fonte.

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