segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Começa hoje a festa de Nossa Senhora da Piedade

“A palavra de Deus na vida e na missão da Igreja” é o tema das comemorações em louvou a Nossa Senhora da Piedade cujo tríduo será aberto na noite desta segunda-feira às 19 horas, na capela do Instituto Nossa Senhora da Piedade.
Na primeira noite terá como sub-tema “Maria, modelo de discípula e servidora da palavra”. As religiosas Ursulinas que comemoram 95 anos em Ilhéus, juntamente com a comunidade, prestam homenagem aos pais, alunos, professores, funcionários do Colégio, o grupo Vinde e Vede, Cecam, Legião de Maria, Abrigo São Vicente de Paulo e Seminário São Jorge dos Ilhéus.
Já na terça-feira (13) será abordado o tema “Na plenitude dos tempos, como filho Unigênito nascido de uma mulher” além dos pais, alunos, professores, funcionários do Colégio, também serão homenageados o Apostolado da Oração, Movimento de Cursilho da Cristandade, Comunidades Nossa Senhora das Vitórias e Nossa Senhora da Conceição, Paróquias Santa Terezinha e São João Batista.
Na noite de quarta-feira (15) será discorrido sobre “Jesus Cristo – A nova e eterna aliança de amor” dedicada ao MFRAC, Missa dos Homens, ex-alunos do Colégio, Escola Santa Ângela, Paróquia São Jorge e como nas noites anteriores aos pais, alunos, professores, funcionários do Colégio. Quinta feira (15), data dedicada a celebração em louvou a Nossa Senhora da Piedade, a missa festiva começa às 19 horas

A devoção a Nossa Senhora da Piedade - J. B. LibanioNossa Senhora da Piedade remete-nos a dois momentos bem distantes no tempo. Lá nos inícios está a cena, não narrada no evangelho, mas criada pela devoção, de Maria com Jesus morto nos braços. A inversão da piedade tem sua beleza. Os evangelhos falam de dois homens que retiram Jesus da cruz, o envolvem numa mistura de mirra e aloés em cuidadoso lençol. As mulheres, por sua vez, ficaram de longe, depois assentadas diante do túmulo no mutismo da dor. E no dia seguinte se dirigiram para ungir o corpo de Jesus, já então ressuscitado.
A piedade cristã tira de cena os homens e põe a Virgem e as mulheres para cuidarem do corpo do Senhor. E, então, Michelangelo imortalizou esse momento na maravilhosa escultura da Pietà. Paralisou Maria no tempo. Fê-la mais da eternidade. Bem jovenzinha, com o rosto carregado de piedosa dor, tem o corpo do Filho no braços. Essa cena levou-nos a pensar Nossa Senhora como das Dores, da Soledade, das Angústias, do Pranto, do Calvário e com títulos semelhantes. Em latim, canta-se o hino a Mater Dolorosa. Devoção muito forte em Portugal e migrou para nossas plagas.
Historiadores da religiosidade popular lusobrasileira acentuaram-lhe o traço penitencial e devocional. Nossa Senhora da Piedade encarna bem essa dimensão. Somam-lhe ainda outras duas marcas importantes da devoção do povo: milagre e promessa. A Serra da Piedade, solene guardiã de pedra de Belo Horizonte, tornou-se lugar privilegiado da piedade popular. Lá sobem milhares de fieis em peregrinação à busca de graças, de milagres ou para cumprir promessas.
Com as lufadas do Vaticano II que deslocaram para a Palavra de Deus e para os Sacramentos, especialmente o da Eucaristia, o eixo da fé cristã, a pastoral dos santuários tem valorizado outros ritos e encontros. O clero tem subido na quaresma para vivenciar junto com seus bispos o sacramento da reconciliação. Inúmeros grupos de movimentos eclesiais, de leigos de pastoral, de religiosos e religiosas, vão até lá para dia de oração, de recolhimento, de meditação da palavra. Ultimamente tem crescido a prática da leitura orante da Bíblia. E no silêncio daquelas alturas, cercado pela maravilha da natureza, a Palavra de Deus cala fundo no coração dos fiéis.
A fé cristã tem sabido articular muito bem três grandezas teológicas da vida eclesial: a devoção a Maria, a celebração sacramental e a principalidade da Palavra. Só o fanatismo antimariano ou devoções desequilibradas rompem essa unidade profunda da fé. A devoção a Maria realiza o que ela disse em Caná, ao dirigir-se aos serventes em referência a seu filho: “Fazei tudo o que ele vos disser!” (Jo 2, 5). Ele nos disse: “Eu sou o pão vivo descido do céu” em forma de Palavra e de Eucaristia vivida na comunhão dos irmãos.

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