terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Investigações em cinco ministérios apontam desvios de R$ 1,1 bilhão

Janaína Martins - As investigações de desvio de recursos públicos identificaram ao menos 88 servidores públicos, de carreira ou não, suspeitos de envolvimento em ações escusas que acumulam dano potencial de R$ 1,1 bilhão. Nesse valor está incluído recursos pagos e também dinheiro cuja liberação chegou a ser barrada antes do pagamento.
Os desvios foram constatados em investigações da CGU (Controladoria Geral da União) e de cinco ministérios, que tiveram seus titulares exonerados - Transportes, AGRICULTURA, Turismo, Esporte e Trabalho. Outros dois ministros também caíram em 2011, mas não por irregularidades.
Nas últimas semanas, a Polícia Federal desmontou três esquemas de corrupção, intimamente ligado à denúncias de pagamento de propina a servidores, apontados como facilitadores dos esquemas de corrupção em Brasília.
De acordo com a Polícia Federal, no dia 14 de dezembro, 40 agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em uma ONG de Natal, que, comprovadamente, desviou 1 milhão do Ministério do Trabalho. A polícia informou também, que o grupo ligado à ONG recebeu R$ 28 milhões, em convênios com pelo menos três órgãos federais.
De acordo com o cientista político da UnB (Universidade de Brasília), Leonardo Barreto, os casos apurados em 2011 são fraudes que prosperaram silenciosamente durante o governo Lula, sem que nada fosse feito.
Barreto também afirmou que a presidente Dilma Rousseff deu sorte. "Como todos os casos envolviam práticas ou ministros que vieram do governo Lula, o ex-presidente ficou com o ônus, e a presidente ficou com o bônus da chamada faxina". Ele explicou que Dilma conseguiu espaço para impor politicamente, mesmo sem ter ligação estreita com nenhum dos grupos políticos que compões o atual governo.
Transporte
No ministério dos Transportes, ao menos 55 funcionários, quase todos afastados de suas funções, são investigados em 17 sindicâncias ou processos disciplinares instaurados. A "faxina" começou na sede e nas superintendências do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e na Valec, empresa pública das ferrovias. O rombo, somente, nos Transportes alcançou, em setembro, R$ 662, 3 milhões.
Duas operações da Polícia Federal em Pernambuco e Rondônia derrubaram dois superintendentes do Dnit e contabilizaram um buraco adicional de R$ 97 milhões, em obras superfaturadas ou em favorecimento a empresas do ramo da construção civil.
AGRICULTURA
Após denúncias de que o MINISTRO DA AGRICULTURA, Wagner Rossi (PMDB) favorecia o lobista Júlio Fróes, a polícia iniciou várias investigações que detectou prejuízo potencial de R$ 228 milhões. Esse valor foi detectado apenas em pagamentos indevidos a empresas que fraudaram leilões de subvenção. Outros R$ 16 milhões foram pagos irregularmente a empresas que prestavam serviços ao ministério.
Depois de investigar os esquemas no MINISTÉRIO DA AGRICULTURA ,a CGU abriu três sindicâncias e apontou o suposto envolvimento de 20 pessoas nas irregularidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário