sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Música, cinema, literatura e dramaturgia no centenário de Jorge Amado

Uma grande programação está sendo elaborada pela Prefeitura Municipal, por meio da Fundação Cultural de Ilhéus (Fundaci), para comemorar o centenário de nascimento do escritor Jorge Amado. O ponto alto das homenagens, que ocorrerá no período de 4 a 12 de agosto, será o Festival “Amar Amado”, evento que vai reunir muita música, cinema, literatura e dramaturgia. O projeto conceitual do centenário, que está sendo lembrado no Brasil e em várias partes do mundo, inclui ainda a revitalização do Quarteirão Jorge Amado e a restauração do Casarão Jorge Amado.

Nesta última terça-feira (7), o prefeito Newton Lima recebeu, em seu gabinete, o neto do escritor, João Jorge Amado, que, recentemente, aceitou o convite da Fundação Cultural para elaborar a programação visual do centenário. Antes do encontro, acompanhado pelo presidente da Fundaci, Maurício Corso, e por membros de sua equipe de trabalho, João Jorge visitou alguns dos espaços que deverão ser utilizados pelo projeto. “Fico extremamente sensibilizado pelo carinho que esta cidade continua demonstrando com meu avô. O centenário de nascimento de Jorge Amado será lembrado durante o Carnaval de Salvador, no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro e, até, no Carnaval de Nice, na França. Mas, as homenagens prestadas por Ilhéus têm um significado especial”, afirmou. Segundo Maurício Corso, o Centenário Amado está sendo elaborado pela Fundaci, em parceria com a Família Amado e com a Maná Produções, empresa paulista responsável pela captação de recursos para a implementação de parte do projeto.
O presidente da Fundação Cultural de Ilhéus informa que o ponto alto das comemorações será composto por promoções específicas. Segundo ele, o “Saborear Amado” será um festival que contará com a participação de bares, quiosques e restaurantes, visando destacar a gastronomia amadiana. Já o “Ler Amado”, que terá conteúdo organizado pela Companhia das Letras e Instituto Brasil Leitor, vai possibilitar a realização de um festival literário com a presença de editoras nacionais e internacionais. Seguindo, o “Ver e Ouvir Amado” oferecerá ao público uma programação artística intensa, com grandes nomes da dramaturgia brasileira e repleta de apresentações teatrais, musicais e folclóricas. Por fim, o “Amar Amado – Um Tributo” promoverá shows gratuitos todos os dias em dois superpalcos.
A proposta de revitalizar o Quarteirão Jorge Amado acontece dentro do “Revitalizar Amado”. Segundo o projeto, “com seu rico patrimônio histórico e cultural, marcado por casarões, igrejas, histórias e imagens retratadas na obra do autor, Ilhéus é conhecida como Terra de Jorge Amado, de Gabriela e dos Coronéis do Cacau”. Em função disso, segue o projeto, “turistas de várias partes do mundo desejam conhecer os lugares que inspiraram Jorge Amado em seus romances”. Assim, a proposta é que a Prefeitura, em parceria com a iniciativa privada, viabilize uma profunda transformação na geografia social do Quarteirão, com intervenções de restauro, mudança de fluxos, troca de fiação aérea por fiação subterrânea e substituição do piso, da iluminação e do mobiliário urbano, entre diversas outras. Ainda no bojo do “Revitalizar Amado”, a proposta é que o Quarteirão seja dividido em roteiros de visitação. Entre eles, “Jorge Amado conta as suas histórias”, “Gabriela, Cravo e Canela”, “A fauna e a flora da Mata Atlântica”, “O Bataclan e a vida boêmia”, “O porto e seus personagens”, “O ciclo do cacau” e “O comércio de Ilhéus”. Preservar Amado – Por sua vez, a restauração do Casarão Jorge Amado se dará no âmbito do “Preservar Amado”. O projeto enfatiza o fato de que “o imóvel, antigo palacete onde o autor passou a infância e parte da adolescência, é visitado por turistas vindos de todos os cantos do país e do exterior”. O trabalho lembra que foi nesta casa que Jorge escreveu seu primeiro romance, intitulado “O País do Carnaval”. “O palacete, que hoje abriga a Casa de Cultura Jorge Amado, foi uma das primeiras residências da cidade, construída ainda na década de 20”, detalha o projeto, acrescentando que trata-se de “um prédio alto e estreito, com a predominância de madeiras no piso, no teto e na escada interna, além de lambris e belos vitrais portugueses”. Como complemento, será realizado o “Ensinar Amado”, uma vez que além de seu papel como Centro de Memória e atração turística internacional, o Casarão abriga a promoção de diversas oficinas e inúmeros cursos de arte voltados para todas as camadas da população de Ilhéus.

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