quarta-feira, 11 de abril de 2012

Os sinais de vida

Dom Mauro Montagnoli - Bispo Diocesano de Ilhéus - No dia 8, domingo, celebramos a ressurreição de Jesus. É a festa da Páscoa, quando fazemos memória do momento em que os discípulos descobrem que aquele homem que tinha morrido crucificado não estava morto. O evangelho nos conta a experiência que os discípulos tiveram da ressurreição de Jesus (cf. Jo 20,1-9).
Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugado para chorar, mas levou um tremendo susto: o túmulo estava aberto. Apavorada ela vai chamar Pedro e o discípulo que Jesus amava.

Esse correu mais que Pedro porque levado pela ânsia de rever o amigo. Ainda que tenha chegado depois, foi Pedro que entrou por primeiro no túmulo. Ele notou que tudo estava arrumado: o sudário cuidadosamente enrolado não podia se obra de assaltante. Algo muito estranho tinha acontecido ali: não parecia que havia sido roubo ou brincadeira de mau gosto.
E se dá a afirmação mais importante: “viu e acreditou”. Que será que os discípulos viram para crer? Não viram o corpo de Jesus. Ele não apareceu. Eles viram os sinais. Isso bastou. Eles tiveram a certeza de que Jesus, com quem eles caminharam, e que passara fazendo o bem, não podia estar entre os mortos mas sim com os vivos.
Aprendemos com o Evangelho que a ressurreição é uma realidade muito difícil de ser explicada. Mas, ela causa surpresa; põe em movimento os que se sentem amados por Jesus. Além disso, apresenta sinais que só podem ser reconhecidos por um olhar atento. Acreditar na ressurreição é um ato de fé que envolve toda a pessoa. Não sabemos explicar tudo, mas vivemos o tempo todo atentos aos sinais de Deus, enquanto estamos na luta da vida diária.
O anúncio central da Páscoa é este: a morte não tem a última palavra, mas o amor é vitorioso. Aí está o grande sinal que os discípulos reconheceram no túmulo. Esse é o grande sinal que também devemos reconhecer na vida diária para anunciar a ressurreição de Jesus. Todas as vezes que alguém traz vida a um lugar que não a tem, toda vez que alguém encontra forças em meio ao sofrimento, está anunciando a ressurreição de Jesus, está anunciando que a vida que nasce do amor é mais forte que o sofrimento e que a morte.
Continua ecoando em nossos ouvidos o clamor do povo que pede a Deus “que a saúde, a salvação, a vida se difunda sobre a terra”.
A Campanha da Fraternidade que celebramos nos lembra o nosso compromisso em defesa da vida, da saúde, da salvação.
Viver a Páscoa da Ressurreição implica em estar atentos aos sinais de vida que Deus vai nos mostrando na nossa trajetória por este mundo e comprometermos a lutar sempre, sem desanimar, para que a todos tenham vida e saúde.
Rezemos: Jesus ressuscitado, que destes a paz aos vosso apóstolos, reunidos no cenáculo, em oração, dizendo-lhes: “A paz esteja convosco, dou-vos a minha paz”, concedei-nos o dom da paz para que vivamos o amor, a fraternidade e a união. Defendei-nos da mal e de todas as formas de violência que agitam nossa sociedade. Para que tenhamos uma vida digna, humana e fraterna, vivendo sempre, num clima de Páscoa, dai-nos a Vossa Paz. Amém.

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