segunda-feira, 18 de junho de 2012

Doutorandos da UESC se destacam em evento internacional sobre mudanças climáticas

Os alunos José Wildes Barbosa dos Santos, Karine Orrico Góes e Luziléa Brito de Oliveira, do Curso de Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC tiveram seus trabalhos na área ambiental destacados ao apresentá-los no International Symposium Climate Change, Impacts and Vulnerabilities in Brazil - CCIV-2012 (Simpósio Internacional de Mudanças Climáticas: impactos e vulnerabilidades no Brasil).
O evento, que teve como tema central “Preparando o Nordeste Brasileiro para o Futuro”, visou incentivar a formação de recursos humanos e geração de pesquisa no Nordeste do Brasil direcionados para as ciências do clima. E, por meio de duas vias – avanço do conhecimento e transferências – estimular atividades de cooperação nacionais e internacionais, com foco nas mudanças climáticas do planeta e adaptações para eventos climáticos extremos decorrentes tanto da variabilidade natural do clima, quanto por indutores humanos que podem transformar o meio ambiente.

Iniciativa conjunta do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) , o Simpósio reuniu pesquisadores e estudiosos das questões climáticas de vários países, em Natal, RN.
O uso da terra na bacia Cachoeira
“Avaliação Temporal da Precipitação/Vazão na Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira-Sul da Bahia”, foi o trabalho apresentado pelo doutorando José Wildes, é engenheiro-agrônomo, mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, professor no curso de Engenharia Ambiental da UESB(Campus Itapetinga) e doutorando em Desenvolvimento e Meio Ambiente(UESC). A primeira parte do trabalho foi apresentada na Alemanha, em 2007 pelo seu orientador, Prof. Neylor Calasans. E agora, numa versão atualizada, reapresentado no CCIV-2012, obtendo destaque entre os participantes do evento.
A partir do princípio de que o uso do solo foi consideravelmente modificado pelo homem, a partir da década de 50, na Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira, nesta região, o objetivo do estudo de Wildes foi “analisar a série de precipitações e vazões e as mudanças do uso da terra na referida bacia hidrográfica”. Numa avaliação de caráter exploratório, analisando dados coletados entre 1966 e 2003, o pesquisador “verificou que as precipitações não apresentaram tendência negativa “, no período citado, “e sim, em algumas décadas, a tendência tem sido ligeiramente positiva”. Quanto às vazões, “a análise estatística das séries fluviométricas apontam tendência negativa a partir da década de 80, sugerindo que esse fato possa estar associado a fatores como a mudança no uso da terra e não à diminuição das chuvas”, afirma o estudo.
condições meteorológicas e os à saúde infantil
“A Biometeorologia Urbana e os Agravos de Doenças do Aparelho Respiratório”, foi o projeto de pesquisa levado ao Simpósio por Karine Orrico Góes, fisioterapeuta, mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente(UESC) e professora da UESB (Campus de Jequié) no curso de Fisioterapia. Nele, a doutoranda “pretende relacionar os fatores associados aos agravos à saúde infantil como derivados das condições meteorológicas e qualidade do ar, identificando grupos socioeconomicamente vulneráveis, visando subsidiar a proposição de sistemas de alerta, de procedimentos de conduta e de atendimento emergencial à população infantil”.
A pesquisa será desenvolvida em Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia onde “as doenças do aparelho respiratório representaram, em 2011, 24,5% das causas de internações, sendo que em crianças, com menos de um ano, foi de 51,1% e de 63,8% entre aquelas de um a quatro anos de idade”.
Pinhão-manso para a produção de Biodiesel
O terceiro trabalho, “Balanço Energético e Emissões de Gases Estufa da Cultura de Pinhão-manso para a Produção de Biodiesel”, foi realizado por Luziléa Brito de Oliveira, contadora, com mestrado em Bioenergia e doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente(UESC). Considerando que “o pinhão-manso aparece no cenário atual como uma oleaginosa promissora para o desenvolvimento da cadeia produtiva do biodiesel, “ o objetivo da pesquisa “foi inventariar os gastos de energia, materiais e emissões, calcular o balanço energético e avaliação das emissões de gases provocadores do efeito estufa (GEE) na produção de óleo de pinhão-manso”. 
Os números cotejados por Luziléa Oliveira “apontam uma relação favorável entre a energia investida no processo produtivo e a contida no óleo de pinhão-manso, situando-se na faixa superior dos valores encontrados para a mamona e a colza na Europa e inferior à soja nos EUA”. Quanto “a energia líquida produzida por ha, foi superior aos valores encontrados para a mamona. Com relação às emissões de GEE, os resultados demonstram que o uso energético do óleo estudado em substituição aos concorrentes fósseis, possibilita uma redução nas emissões de GEE entre 70-45%, sendo os tratos culturais o subsistema que mais emitiu gás de efeito estufa no ciclo de vida do óleo. O trabalho conclui que “o óleo de pinhão-manso apresenta potencial de uso energético e de contribuição às políticas de mitigação das mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável”. O estudo baseou-se em estudo de uma propriedade rural do município de Vitória da Conquista, no semiárido baiano.

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