sexta-feira, 8 de junho de 2012

Rio+20: Cooperativas da Mata Atlântica estarão na Praça da Biodiversidade

A Mata Atlântica, importante bioma que outrora cobria boa parte do litoral brasileiro, estará representada na Rio+20 por nove cooperativas e associações de produtores.
A Cooperativa Ecoserra, de Lages (SC), por exemplo, usa um fruto típico da região, o pinhão. "A araucária, uma espécie nativa, ajuda a preservar nascentes de rios e alimenta a fauna e a flora locais", afirma o agrônomo Anderson Silveira. Segundo ele, animais da região, como macacos, aves e pacas se alimentam dela.

Segundo ele, a retirada dos pinhões não afeta as árvores. A Ecoserra, que tem 430 famílias associadas, levará o pinhão in natura, além de cozido, congelado e moído, para expor na feira.
Orgânicos - A preservação do meio ambiente foi uma das razões que levaram à criação da Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí - Ecocitrus, de Montenegro (RS). A organização foi fundada em 1994 por 15 agricultores familiares que desejavam não usar agrotóxicos.
O modelo orgânico reduz custos com os insumos, muitas vezes importados e, ao mesmo tempo, conserva o meio ambiente, evitando a poluição do solo e da água na região. "Nós produzimos usando adubo orgânico, sem agredir a natureza", revela Alceu Henz, gerente comercial da Ecocitrus. A Ecocitrus faz sucos orgânicos de tangerina e laranja, tem mais de 150 famílias associadas, sendo 61 delas de produtores.
Outra organização que não utiliza agrotóxicos é a Cooperativa de Reforma Agrária e Erva Mate - Coopermate, de Santa Maria do Oeste (PR). A organização que planta, colhe e beneficia erva mate para a produção de chás, chimarrão e até cosméticos, viu desde cedo a necessidade de se produzir de forma ambientalmente sustentável.
"A AGRICULTURA FAMILIAR do mundo inteiro tem o modo de produção que mais dialoga com a sustentabilidade vista na dimensão econômica, ambiental e social. É apenas a AGRICULTURA FAMILIAR que pode, ao mesmo tempo, gerar muita renda, muito emprego no campo e alimentos saudáveis", afirma o chefe da Assessoria Internacional e de Promoção Comercial do MDA, Francesco Pierri.
Formada por 35 organizações de sete estados, a cooperativa Central do Cerrado levará à Rio+20 cerca de 40 itens produzidos de forma socioambiental no bioma Cerrado que poderão ser degustados e adquiridos no evento. A lista inclui biscoitos de jatobá, buriti e babaçu, além de polpa de cagaita, bacuri, coquinho azedo, mangaba e outras. "Temos parcerias com grandes chefs de cozinha, que estão redescobrindo o Brasil por meio dos artigos regionais da culinária. Os itens são ricos em nutrientes e com sabor único, e ainda contam com valor agregado - já que primam pela qualidade, responsabilidade ambiental e social", diz o secretário executivo da Central do Cerrado, Luiz Carrazza.
A união de cooperativas surgiu a partir da necessidade que os empreendimentos comunitários tinham de possuir uma estrutura física e técnica para comercializar seus produtos. A central teve início em 2004, com 19 associados. A formalização veio seis anos depois. Hoje, são 35 sócios que, juntos, oferecem uma cartela com mais de 200 itens do bioma. As atividades produtivas e sustentáveis são desempenhadas no Maranhão, Tocantins, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. A diversidade de produtos abrange artigos de artesanato feitos com capim dourado, cosméticos naturais, óleos de pequi, buriti e macaúba, azeite de babaçu e derivados da castanha de baru, entre outros.

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