quinta-feira, 19 de julho de 2012

Carga de cacau com insetos vivos veio da Costa do Marfim, na África

Mais de quatro mil toneladas estão retidas no depósito da Nestlé. Inseto foi encontrado e Ministério da Agricultura avalia implicações. 
Mais de quatro mil toneladas de amêndoas de cacau estão retidas no depósito da Nestlé, em Itabuna, município no sul da Bahia, aguardando decisão do Ministério da Agricultura. O produto, importado da Costa do Marfim, na África, foi descarregado em Ilhéus mês passado. Durante a inspeção, foram encontrados insetos em desenvolvimento e já na fase adulta. A maior preocupação é que seja um tipo de praga exótica que afeta as amêndoas secas, que até então não existe no pais.
O Ministério da Agricultura deve se posicionar ainda esta semana sobre o destino do produto. Se será devolvido ao país de origem ou tratado na região e depois liberado para uso pela empresa.
"Estamos esperando uma posição do Departamento de Sanidade Vegetal, em Brasília, que está identificando o tipo de inseto. É necessário saber se ele provoca perdas significativas ou se não causa danos. A depender do parecer, a carga será devolvida para a origem ou será encaminhada para novo tratamento e liberação. Provavelmente o inseto veio na carga, pois foi encontrado dentro da semente", diz Sílvio Menezes, fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura.
Carga importado deve ser submetido a processo
Todo o cacau importado é submetido ao processo de classificação, que atesta a qualidade do produto. Antes, a vistoria era feita no país de origem, mas isso mudou a partir de 2011. Uma instrução normativa do Ministério da Agricultura permite que o produto seja inspecionado no galpão da empresa compradora. Nesse caso o trabalho é feito por técnicos da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira). Eles não sabem se o inseto veio da África ou se foi desenvolvido na região.
"As amostras com origem em outros países devem passar por verificação de qualidade, foi quando constatamos a presença de insetos vivos na amostra", relata Joseval Martins, agente de atividades agropecuárias da Ceplac.

De acordo com a Ceplac, só este ano mais de 40 mil toneladas foram importadas. O que corresponde a cerca de 650 mil sacos. Esta foi a primeira vez que o inseto foi encontrado.
Por meio de nota, a Nestlé informou que os carregamentos de cacau em amêndoa importados pela empresa passam por todos os trâmites legais e necessários à importação, tais como tratamento fitossanitário e inspeção antes do embarque ao Brasil.
A empresa disse ainda que aguarda a conclusão da inspeção realizada pelos técnicos do Ministério da Agricultura do Brasil, bem como suas recomendações quanto ao tratamento que deve ser dado ao material.

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