quarta-feira, 18 de julho de 2012

Dízimo não é imposto

Padre Aderbal Galvão de Sousa
O mês de julho, no Brasil, é destinado a incentivar a catequese do dizimo. A Igreja é convocada a refletir sobre esta prática eclesial que foi esquecida por muito tempo, mas agora ressurge entre nós o que representa um avanço na consciência de pertença à Igreja.
No Antigo Testamento, o dízimo era uma exigência de lei. O israelita dava ao Templo 10% do fruto do seu trabalho e de tudo que criasse. Conferindo na bíblia, em Levítico, capítulo 23: "Todos os dízimos do campo, seja produto da terra, seja fruto das árvores, pertencem a Javé: é coisa consagrada a Javé".

No Novo Testamento, ele não é ordenado. Em lCor 16, 1-2 é sugerido: “Quanto à cole- ta em favor dos irmãos, façam como eu ordenei às igrejas da Galácia. Todo primeiro dia da semana, cada um coloque de lado aquilo que conseguiu economizar; desse modo vocês não precisarão que eu chegue para fazer a coleta”. A oferta deve ser feita com generosidade e alegria, adverte São Paulo em 2Cor 9, 7: “Cada um dê conforme decidir em seu coração, sem pena nem constrangimento, porque Deus ama quem dá com alegria”.
O dízimo é para manutenção do culto divino, para as obras de caridade e de evangelização. É bom ficar claro que não se compra Deus com o dízimo. O dízimo é um sinal de pertença, uma doação sem intenção de retomo. Há grupos religiosos que fazem do dízimo uma transação comercial. Por conta dele, graças e bênçãos, saúde e prosperidade são prometidas aos fiéis.
Através da Pastoral do Dízimo, as comunidades têm trabalhado no sentido de aprofundar no cristão o seu engajamento com a Igreja. Com o dízimo, a Igreja que às vezes se vê forçada a determinadas atividades, como rifas, bingos, shows, feiras etc., para atender às despesas, ficaria financeiramente autossuficiente. Se os católicos levassem a sério a devolução do dízimo, tais iniciativas seriam dispensáveis, permi- tindo-lhe autossuficiência e evitando as espórtulas.
Nossos paroquianos se mostram generosos, quanto ao dízimo. Entretanto, precisamos estimular a participação de todos os católicos na devolução do dízimo, sinalizando, cada vez mais, a sua pertença à comunidade, sentindo-se responsável pelo seu sustento. Para concluir, vai um lembrete: não é somente a fidelidade ao dízimo que identifica o cristão verdadeiro; ele precisa participar da vida da comunidade, porque dar não é tudo, mas dar-se é que, verdadeiramente, sinaliza o seguidor de Jesus.
Desejo que o mês do dízimo contribua para que você seja sempre mais Igreja e mais presença visível do amor de Deus. Sempre o amigo que reza por todos e os abençoa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário