terça-feira, 10 de julho de 2012

Morre dom Eugenio Sales, arcebispo emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Morreu no final da noite desta segunda-feira(9) aos 91 anos o cardeal dom Eugenio de Araujo Sales, arcebispo emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Segundo a arquidiocese do Rio de Janeiro, dom Eugênio morreu de infarto em sua residência no bairro do Sumaré, na zona norte da cidade.
O velório será nesta terça-feira (10) na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro do Rio. O enterro ainda não tem data marcada, mas deve ocorrer, segundo informações da arquidiocese, na quarta-feira (11) no mesmo local.
Arcebispo emérito do Rio, cardeal dom Eugenio Sales posa para fotos em seu escritorio, no bairro de Ipanema, zona sul do Rio, em outubro 2010
 Nascido em Acari, no Rio Grande do Norte, em 08 de novembro de 1920, dom Eugenio ingressou no seminário em 1936. Após o Curso de Humanidades, foi enviado ao Seminário Maior da Prainha em Fortaleza. Lá permaneceu de 1937 a 1943.
 Sua ordenação diaconal ocorreu no dia 16 de março de 1943, e em novembro do mesmo ano foi ordenado sacerdote em Natal.
 Em agosto de 1954, aos 33 anos, foi nomeado bispo titular de Tibica e auxiliar de Natal pelo papa Pio 12.
 Dom Eugenio exerceu a fução de administrador apostólico da Arquidiocese de Natal entre 1962 e 1964, quando é então nomeado administrador apostólico da Arquidiocese de Salvador. Quatro anos mais tarde é nomeado pelo papa Paulo 6º Arcebispo de Salvador.
 No dia 13 de março de 1971 foi nomeado arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro pelo papa Paulo 6º, cargo que ocupou até julho de 2001.
 DITADURA

Dom Eugenio teve um importante papel na ditadura militar brasileira (1964-1985) e, segundo a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), realizou, em segredo, diversas ações em prol do abrigo a perseguidos políticos.
 Entre os anos 1976 e 1982, estiveram no Brasil sob a proteção do religioso, mais de 4.000 refugiados perseguidos pelas ditaduras.
 As ações de auxílio aos exiliados e perseguidos políticos se intensificaram em 1976. Dom Eugenio foi um dos principais responsáveis pelo atendimento a refugiados, que compreendia hospedagem e procura de formas seguras de encaminhá-los a outros países. O trabalho desenvolvido pelo arcerbispo e seus colaboradores contou com o apoio da Comissão de Justiça e Paz da CNBB e do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados).
 Em 1979, dom Eugenio acolheu em sua residência no Sumaré refugiados que protestavam contra os regimes de opressão em seus países. Após desocuparem o Consulado da Suécia, sob negociação do Cardeal, eles lá permaneceram por mais de três meses até que alguns países os acolhessem. Ao partirem, dom Eugenio os acompanhou, um a um, até a aeronave que os transportou para fora do país.

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