sábado, 7 de julho de 2012

Produtores querem selo de qualidade para o cacau baiano

A  FOLHA - Na tentativa de reerguer a cultura do cacau no sul da Bahia após a praga da vassoura-de-bruxa, produtores locais se articulam para certificar produtos derivados do fruto colhido na região.
A expectativa é que o selo de qualidade, concedido a produtos ou serviços característicos de uma área, possa chegar ao mercado até 2013.
A confecção depende da aprovação do registro de IG (Indicação Geográfica), concedido pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), órgão federal.
Trata-se de comprovação de qualidades específicas da área de produção, uma forma de agregar reputação e identidade ao material.
Um diferencial baiano, dizem os produtores, é o modo de plantio que garante sabor e aroma típicos.

 "O cacau do sul da Bahia é plantado embaixo da mata atlântica. E a planta precisa de sombra para se desenvolver melhor. Isso gera uma composição de solo, fertilidade e nutrientes que agrega qualidade", afirmou a secretária-executiva do Instituto Cabruca, Adriana Reis.
O Inpi reconhece 25 IGs nacionais e 5 internacionais. Entre eles estão a carne bovina e derivados do pampa gaúcho, e vinhos e espumantes do vale do Vinhedo (RS).
O selo possui código de barras com até 50 informações do produto. Nos chocolates, por exemplo, poderá ser identificado o percentual de cacau utilizado. O Brasil é o sexto maior produtor de cacau no mundo e o terceiro consumidor de chocolate, atrás dos EUA e da Alemanha.
Antes da vassoura-de-bruxa, fungo que devastou as plantações no final dos anos 1980, a produção local chegava a 400 mil toneladas por ano. Nos anos seguintes, caiu para 120 mil toneladas, deixando fazendas vazias e trabalhadores desempregados.
A reação tem ocorrido de forma lenta, devido ao endividamento dos produtores e da baixa remuneração e lucratividade da lavoura. Desde 2010, há aumento na colheita, hoje em torno de 200 mil toneladas por ano.
Como não consegue produzir sua capacidade máxima de 240 mil toneladas, o Brasil é obrigado a importar cacau da África e da Ásia

2 comentários:

  1. Sou nascido em Itabuna - BA. e quando jovem trabalhei no cultivo do cacau.
    Hoje sou formado em administração de empresas vivo em São Paulo.
    Mas acredito que seja muito difícil que haja uma recuperação mesmo que uma sombra do era na década de 1980.

    ResponderExcluir
  2. Quanto ao selo de qualidade que os produtores desejam, creio que seja justo em adquiri-lo.
    Conheço bem a qualidade do solo, clima e fruta.

    ResponderExcluir