terça-feira, 1 de outubro de 2013

Sob expectativa de reformas, Papa se reúne nesta terça-feira(1) com cardeais

Papa Francisco se reúne com religiosos na segunda-feira durante conferência internacional sobre a paz no Vaticano 
- O Papa Francisco faz nesta terça-feira a primeira reunião com os oito integrantes do Conselho de Cardeais nomeado em abril e oficialmente instituído esta segunda-feira. Apesar de o Vaticano tratar o órgão como uma instância apenas consultiva, a expectativa é de que as conversas levem a mudanças mais intensas que uma simples revisão da Pastor Bonus, a Constituição Apostólica promulgada pelo Papa João Paulo II em 1988 que instituiu uma série de alterações no funcionamento da Cúria Romana.
Ao anunciar a instituição do Conselho - já chamado de ‘G8 papal’ por alguns observadores do Vaticano -, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, procurou mostrar que qualquer decisão cabe apenas ao Pontífice:
- O Papa não está de modo algum condicionado. Para se dizer que é um governo colegiado, precisaria dizer que o Papa ‘deve’ consultá-lo, ‘deve’ reuni-lo sobre determinados temas... Não se trata disso: trata-se de um conselho ao qual pode ser pedido que dê o seu parecer - disse Lombardi, segundo a imprensa oficial do Vaticano.
De fato, o decreto que cria o conselho diz que o órgão foi criado como um instrumento de auxílio na governança da Igreja Católica em todo o mundo. Mas o coordenador do conselho, cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, deu pistas de que algo maior pode estar por vir.
- Aquela Constituição acabou. Agora é algo diferente. Precisamos escrever algo diferente - declarou a uma TV italiana semana passada.
Além do hondurenho Maradiaga, fazem parte do Conselho os cardeais Giuseppe Bertello, da Itália; Francisco Javier Errázuriz Ossa, do Chile; Oswald Gracias, da Índia; Reinhard Marx, da Alemanha; Laurent Monsengwo Pasinya, da República Democrática do Congo; George Pell, da Austrália; e Sean Patrick O'Malley, dos Estados Unidos.
O conselho se reunirá com Francisco durante três dias em uma biblioteca particular na residência papal. Segundo Lombardi, o órgão já produziu 80 documentos que foram sintetizados pelo secretário do conselho, o bispo italiano Marcello Albano.
Se ainda é impossível prever o que as conversas no conselho podem mudar na Igreja Católica, já se sabe que seus trabalhos começarão sob ao menos uma polêmica: o chileno Errázuriz, que é arcebispo emérito de Santiago, é acusado de acobertar durante anos casos de abuso sexual cometidos pelo padre Francisco Karadima. Depois que o Vaticano reconheceu a culpa do padre, Errázuriz veio a público pedir perdão às vítimas.

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