terça-feira, 19 de novembro de 2013

Amazônia Cacau terá fábrica no Pará em 2014



A nova unidade industrial de chocolate, na região metropolitana de Belém, deverá entrar em operação no início do próximo ano
A nova unidade industrial de chocolate da Amazônia Cacau em Santa Bárbara, na região metropolitana de Belém, deverá entrar em operação no início do próximo ano. Além da empresa, apenas a CacauWay, formada por agricultores familiares em Medicilândia, no sudoeste do Estado, conta com uma unidade para industrializar a amêndoa no Pará, embora o Estado seja o segundo maior produtor de cacau do país, atrás da Bahia, e venha expandindo o plantio da matéria-prima nos últimos anos.
As duas fábricas são de pequeno porte. Fontes do segmento dizem que há interesse de algumas multinacionais processadoras de cacau - a maior parte instalada na Bahia - em abrir unidades no Pará, mas que a infraestrutura deficiente ainda é um obstáculo para esses projetos.
A Amazônia Cacau nasceu em 2005 também em Medicilândia como uma microempresa, mas a produção de chocolate logo foi transferida para a região metropolitana de Belém. A empresa chegou a manter, de 2009 a 2011, uma loja na capital paraense que comercializava barras e bombons para o consumidor final. Depois de fechada a loja, a produção foi direcionada a distribuidores de países como França, Canadá, Inglaterra, de acordo com César de Mendes, fundador da empresa.
A companhia agora pretende produzir diversos itens para empresas que comercializam chocolates ao consumidor final dentro e fora do Brasil. A produção, que antes era de no máximo 140 quilos por mês, é projetada para até 1,5 mil quilos por dia na nova unidade em Santa Bárbara, com foco em chocolates finos. Haverá variedade maior de produtos e uma linha especial de chocolates com "notas" de especiarias amazônicas, conforme informações de Mendes.
O empresário, que antes atuava como consultor em indústrias de alimentos, investiu em pequisa própria e aplicou, com um sócio, R$ 3,5 milhões na nova unidade industrial, apostando no crescimento do mercado brasileiro. Conforme Mendes, até as grandes empresas que atuam no mercado estão preocupadas em colocar nas gôndolas mais chocolate com maior concentração de cacau, cujas pesquisas recentes apontam benefícios para a saúde.
A matéria-prima é adquirida diretamente de produtores do Estado, que cultivam diferentes tipos de cacau. Hoje, a empresa tem cinco produtores "parceiros", mas esse número deverá aumentar para atender à futura demanda - embora a escala dos atuais cacauicultores seja grande e a meta seja priorizar qualidade de origem.
A amêndoa fina vale entre R$ 12 e R$ 20 o quilo, ante R$ 5 a R$ 6 do quilo da commodity. Já o chocolate exportado chegou a ser comercializado por R$ 140 o quilo entre o fim de 2011 e o início deste ano, diz Mendes. O faturamento bruto da antiga Amazônia Cacau era de cerca de R$ 70 mil por ano, mas no longo prazo poderá alcançar R$ 1,5 milhão por mês, afirma Mendes.
Parte da demanda da Amazônia Cacau por matéria-prima poderá ser atendida por produtores da própria região metropolitana de Belém, cuja produção é incentivada por meio de um projeto aprovado em outubro pelo Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau), que abrangerá os municípios de Ananindeua, Benevides, Santa Isabel, Santa Bárbara e Acará. O projeto terá aporte total de R$ 700 mil.
As prefeituras dos municípios também serão parceiras e deverão selecionar e capacitar os produtores aptos a participar do projeto, com o apoio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), de acordo com Eliana Zacca, secretária adjunta de Agricultura do Pará.
O projeto deverá ser executado até outubro de 2014. A meta é capacitar 250 produtores - 50 em cada município - para o cultivo de uma nova área de 1,25 mil hectares que poderá render produção de 1,455 mil toneladas da amêndoa. Essa área se somará a outra existente de cerca de 4 mil hectares, com produção anual de 3 mil toneladas. No total, a safra do Pará deverá atingir 90 mil toneladas este ano.

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