domingo, 20 de abril de 2014

Vereador Marco Prisco divide cela com 16 presos em presídio, diz advogado



Diferente dos criminosos do mensalão, o vereador Marco Prisco (PSDB), não pode receber visitas e divide a cela com 16 outros presos.
Prisco está preso desde sexta-feira no Complexo Penitenciário da Papuda (Foto: Robson Mendes)
O vereador Marco Prisco (PSDB) está dividindo uma cela comum com 16 presos no Complexo Penitenciário da Papuda, presídio federal de segurança máxima em Brasília, segundo o diretor jurídico da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Fábio Brito. De acordo com o advogado, os detentos são de diversas partes do país. “Estão desrespeitando a prerrogativa de prisão especial para vereadores”, critica Brito. 
A equipe de advogados de Prisco espera que o pedido de habeas corpus para tentar revogar a prisão preventiva seja analisado ainda neste domingo (20) pela ministra Cármen Lúcia, no Supremo Tribunal Federal (STF). 
O recurso foi protocolado no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1ª), mas como o vereador foi indiciado por crimes políticos, previstos na Lei de Segurança Nacional, a medida foi negada pelo desembargador José Amílcar Machado, que considerou que a corte não tem competência jurídica para analisar o caso. 
O recurso, então, foi encaminhado, no sábado, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para a apreciação no Supremo Tribunal Federal (STF). “Estou muito confiante, tanto que já compramos a passagem dele de volta”, disse o advogado Vivaldo Amaral, que chefia a equipe jurídica de Prisco. O recurso foi protocolado pessoalmente, ontem, em Brasília, porque o sistema online do TRF-1ª estava fora do ar. 
Vivaldo sustenta que o fato de Prisco ter assinado um acordo com o governo do estado que culminou no fim da greve é prova de que seu cliente não representa “risco à ordem pública”, como sustentou o pedido de prisão do Ministério Público Federal (MPF). 
Líder da greve da Polícia Militar encerrada na quinta-feira, Prisco foi preso, na tarde de sexta, na Costa do Sauipe, e transferido para a capital federal imediatamente, onde cumpre um mandado de prisão preventiva de 90 dias por reincidir em crimes contra a ordem pública pelos quais responde num processo relativo à greve de 2012.
Prisco não pode receber visitas e os advogados alegam que tiveram dificuldade de entrar em contato com ele. “Não foi permitido falar com ele. Tivemos muita dificuldade. Só em um telefonema ele falou comigo”, disse Dinoermeson Tiago Nascimento, que acompanha o caso em Brasília. Segundo ele, Prisco parecia apreensivo e preocupado com os filhos, que presenciaram a sua prisão na Costa do Sauipe, onde passaria o feriado da Semana Santa. “Ele chorou, está muito abatido”, completou.

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