quarta-feira, 4 de junho de 2014

Dengue mata 5 pessoas na Bahia em 2014 e atinge 73 mil em 12 meses

Desde o início do ano o número de pessoas afetadas é de 10.841, segundo dados notificados pela Secretaria Estadual de Saúde. Na última semana, uma criança de seis anos moradora de Itabuna morreu no Hospital Geral Luiz Viana Filho, em Ilhéus após apresentar sintomas da doença, mas o diagnóstico ainda não foi confirmado pelos exames.
Os números foram apresentados na manhã de ontem (3), na reunião do Comitê Estadual de Mobilização Social de Prevenção e Controle da Dengue na Bahia, realizada no auditório da Fundação Luis Eduardo Magalhães, Centro Administrativo da Bahia.
No entanto, a estatística apresentada pode não representar o número real de casos no estado. “Estamos trabalhando com a hipótese de haver subnotificação por conta da mudança do sistema de registro de ocorrências. Mesmo com a capacitação do pessoal que opera o sistema, existe esta possibilidade”, explicou a coordenadora do comitê, Elisabeth França.
Além do diagnóstico da doença no estado, o comitê discutiu estratégias de atuação específicas de combate ao mosquito no período da Copa do Mundo. “Não queremos que os visitantes deixem legado negativo no nosso estado. Todo o lixo produzido no período tem que ser descartado corretamente para que a gente não sofra as consequências no próximo verão”, ressaltou. Ainda segundo ela, o primeiro semestre é o período de maior incidência dos casos de dengue, doença que há vinte anos atormenta a população baiana.
“A dengue já está muito banalizada, são registrados casos no estado quase que diariamente, mas as pessoas devem estar atentas à prevenção, aos sintomas e, principalmente ao tratamento. Não se pode cuidar da doença como se cuida de uma gripe”, ressaltou a coordenadora do comitê.
Ela também alerta para o crescimento do número de casos da forma mais grave da doença, lembrando que as pessoas que já tiveram dengue estão mais propensas a apresentar sintomas mais agressivos, como os efeitos dos distúrbios nas células sanguíneas.
Além de representantes da saúde, o comitê é composto por representantes de 33 entidades públicas, privadas e representantes da sociedade civil, como os Correios, Embasa, Sesc e Secretaria de Educação. “O comitê existe justamente para que outros setores se envolvam no combate ao mosquito e participem de campanha de prevenção junto aos seus públicos”, enfatiza a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesab, Maria Aparecida Araujo Figueiredo.
Além do controle da dengue, Maria Aparecida aponta outras preocupações para o período do Mundial, momento em que a cidade receberá visitantes de várias regiões do mundo. “A Influenza é um exemplo de doenças que merecem uma atenção maior no período. Infelizmente a campanha não alcançou a meta de 80% de vacinação do público alvo, chegando apenas a 74%”, lamentou.
Por conta do baixo índice, a vacinação continua nos principais postos da cidade, disponíveis para idosos, gestantes, crianças de até cinco anos, profissionais de saúde e mulheres que tenham dado a luz recentemente.
Doença altamente contagiosa, o sarampo também é um vírus que vai mobilizar a equipe de saúde do estado no período do Mundial. Embora não haja registro de casos desde 2006 na Bahia, o alto índice de transmissibilidade da doença, feita por vias respiratórias e os recentes surtos registrados nos estados de São Paulo, Pernambuco e Ceará são suficientes para deixar os especialistas em epidemiologia em alerta.
“A vacina está disponível para crianças de seis meses a quatro anos, mas todos devem reforçar a dose, até quem já foi imunizado em algum momento da vida”, reforça Aparecida.

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