terça-feira, 22 de julho de 2014

Retrocedem os planos para as comemorações da Reforma entre protestantes e católicos



Um conflito amargo entre a Igreja Católica e os luteranos na Alemanha está ameaçando a celebração conjunta do aniversário de 500 anos da Reforma em 2017.
A contenda gira em torno da falha por parte da Igreja Protestante Alemã em mencionar a histórica Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação em seu “documento de posição” relativo ao fundamento teológico da Reforma, publicado em maio. Esta Declaração é considerada um marco nas relações entre católicos e luteranos, e sua omissão pôs seriamente em perigo o diálogo ecumênico.
No mês passado o cardeal Walter Kasper, ex-presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, criticou a omissão por parte dos luteranos.
Desde então, as relações vêm sendo problemáticas, e no dia 10 de julho Dom Heinz Josef Algermissen, vice-presidente da Comissão Ecumênica ligada à conferência episcopal alemã, publicamente afirmou estar “irritado e desapontado” pelo documento de posição. Ao referir-se às comemorações da Reforma em 2017, acrescentou: “Eu realmente não consigo mais ver razão em celebrarmos juntos”.
Para ele, o documento de posição foi um “desconvite” à Igreja Católica para os eventos comemorativos ao mesmo tempo em que foi um convite para “toda a sociedade e para o Estado secular” celebrarem a “ligação entre a Reforma e a história moderna de liberdade”.
Após dar na Igreja Católica “tapas na cara, um após o outro, a verdade veio à tona sem querer”, disse Dom Algermissen, acrescentando que, apesar de todos os documentos consensuais dos últimos anos, o atual documento de posição publicado pela Igreja Protestante Alemã “conseguiu ser destrutivo”.
Dom Gerhard Feige, da Diocese de Magdeburgo, responsável pelas relações ecumênicas da conferência episcopal alemã, lamentou que os protestantes tenham perdido esta grande oportunidade. “Ao mencionar a Declaração Conjunta, que constituiu um grande avanço, estariam dando uma ótima contribuição para as comemorações da Reforma, sublinhando que aquilo que nos dividia não mais nos divide”, falou.

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