quinta-feira, 26 de março de 2015

Estudo revela: fezes contêm ouro e outros metais preciosos

Encontrar uma maneira de extrair as substâncias poderia ajudar o meio ambiente ao reduzir a necessidade de mineração
Imagem de microscópio mostra partículas ricas em chumbo e ouro em uma amostra de fezes (Heather Lowers, USGS Denver Microbeam Laboratory/VEJA)
Fezes humanas contêm ouro e outros metais preciosos que poderiam valer centenas de milhões de dólares, afirmaram pesquisadores na segunda-feira. O desafio, agora, é saber como recuperá-los.A geóloga Kathleen Smith, da US Geological Survey, explica os depósitos de metais no esgoto: "Há metais em todos os lugares: nos produtos para o cabelo, detergentes e até em nanopartículas usadas em meias para evitar maus odores".
Tendo identificado depósitos de platina, prata e ouro encontrados nos dejetos humanos, a equipe de Kathleen busca agora saber se a exploração é rentável, o que pode aliviar a pressão sobre jazidas convencionais. Além do ouro, sua equipe também está de olho em metais pesados usados na fabricação de celulares e computadores, como o cobre e o vanádio.
Há uma vantagem adicional na mineração de dejetos, explica a geóloga. O excesso de metais limita o aproveitamento de biossólidos como fertilizante. "Se pudermos recuperar os metais preciosos, ganha-se dos dois lados." Os resultados foram apresentados no Encontro e Exposição Anual da Sociedade Americana de Química (ACS), que acontece em Denver até a próxima quinta-feira.
Viabilidade econômica - Estudos anteriores já haviam sondado depósitos minerais no esgoto. Em janeiro, uma pesquisa da Universidade do Arizona mostrou que uma cidade de um milhão de pessoas poderia recuperar US$ 13 milhões em metais por ano. No entanto, a viabilidade econômica desses depósitos ainda precisa ser provada. Um obstáculo central para minerar o esgoto é que são muito pequenas as partículas de metal misturadas aos dejetos.
Uma estação de esgoto no Japão reportou em 2009 que conseguiu recuperar 1,89 quilo de ouro por tonelada de cinzas de dejetos incinerados. É uma concentração mais alta que a das minas mais rentáveis. No entanto, a grande quantidade de ouro se deveu, não ao esgoto, ao volume de equipamentos de precisão descartados por indústrias das redondezas.

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