sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Sei divulga estudo sobre impacto dos eventos extremos de tempo e clima na Bahia

A pesquisa aponta os custos socioeconômicos e ambientais decorrentes desses eventos para o estado, com foco no caso do setor elétrico
Para acessar o estudo, clique aqui.
A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) afere a inflação em Salvador utilizando o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) relativo às famílias residentes na zona urbana com rendimento entre um e 40 salários mínimos. Através da análise dos componentes do IPC-SEI, observou-se, nesse estudo, o aumento da participação do valor despendido com energia elétrica, dada a indisponibilidade de recursos hídricos para usos múltiplos e a existência de conflitos entre eles.
Estudos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas [Intergovernmental Panel on Climate Change – (IPCC)] revelam alterações no sistema climático global, resultantes de variações naturais e influências antrópicas, como as emissões dos gases de efeito estufa (GEE). Acontecimentos de tempo e climáticos fora do padrão estão, também, relacionados ao El-Niño e ao La Niña e podem mudar o ciclo de precipitações.
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a chuva de verão é a fonte dos reservatórios e aquíferos do país. As forças naturais e as que resultam da atuação humana ampliam a complexidade e modificam o funcionamento dos sistemas temporais e climáticos e hídricos locais, regionais e do planeta.
Estudos da ANA revelaram o regime atípico de chuvas nos últimos anos e a severidade da seca de 2012-2014, no Nordeste e no Sudeste do Brasil. Apesar de não declarar a mudança climática como causa irrefutável desses fenômenos, identifica as baixas taxas pluviométricas como anomalias.
No Brasil, os eventos de tempo e clima afetam a produção de energia, especificamente, alteram a fonte geradora. Em 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL implantou o Sistema de Bandeiras Tarifárias (verde, amarela e vermelha) que, no caso da amarela e da vermelha, acrescentam custos ao preço da energia elétrica em condições desfavoráveis de geração.
Os aumentos oriundos da adição das bandeiras ocorrem para cobrir a diferença entre o preço previamente acertado de geração de energia elétrica (por exemplo, nos leilões) e o valor final da energia ofertada dependente da substituição da fonte devido às mudanças na geração. O Operador Nacional do Sistema Elétrico avalia as condições de operação do sistema mensalmente.
Torna-se importante aumentar a participação de energia alternativa, como eólica e solar, na diversificada matriz energética nacional. Preservar-se-á água para usos sem substitutos, como abastecimento. É necessário investir em políticas de redução de consumo e ampliação do reuso, principalmente no setor agrícola, responsável pela maior demanda nacional por recursos hídricos. O uso das Bandeiras Tarifárias amplia a percepção dos consumidores, de forma mais imediata, dos custos da geração de energia elétrica altamente dependente do fator climático.

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