quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Jornal A Tarde muda de dono

Após completar 103 anos, no último dia 15 de outubro, o jornal A Tarde muda de mãos. A família do fundador, Ernesto Simões Filho, cede lugar a três novos donos. Faltam apenas definir alguns pontos para a assinatura final do contrato. “A venda está praticamente fechada. A avaliação do endividamento está sendo concluída, mas este é um caminho sem volta, a família sabe que o jornal está insolvente”, observa uma fonte que acompanha as negociações.
O jornal deve ser comprado por R$ 20 milhões e, pelo contrato, o passivo (estimado entre R$ 150 milhões e R$ 180 milhões, entre tributos e trabalhistas) será dividido entre comprador e vendedor, sendo transferido paulatinamente aos novos donos, até que estes assumam 100% da dívida.
As negociações também envolvem a sede do jornal, na Avenida Tancredo Neves, numa das áreas mais valorizadas de Salvador.
A rádio A Tarde (103.9 FM) já pertence ao grupo que está finalizando a compra do jornal. O negócio teria custado R$ 15 milhões. Além disso, os novos proprietários pagaram mais R$ 10 milhões por um precatório da família, avaliado em R$ 50 milhões.
Mais antigo jornal da Bahia, A Tarde enfrenta os mesmos problemas financeiros que atingem os veículos impressos no Brasil: queda na arrecadação de anunciantes e a diminuição de leitores. Sem conseguir acompanhar os novos tempos, a Tarde perdeu a liderança nas vendas e viu crescer seu passivo. Apesar de pagar em dia o salário, há mais de um ano não deposita o Fundo de Garantia (FGTS) dos funcionários.
Os novos donos do grupo A Tarde seriam um jovem empresário com atividade na área de agronegócio, incorporação imobiliária e televisão aberta, é que está enveredando para a política; o presidente de uma das maiores agência de publicidade do país e um polêmico empresário baiano, fundador de uma conhecida construtora e com negócios no setor de geração de energia e distribuição de gás em diversos estados.

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