quarta-feira, 24 de agosto de 2016

“Imagens & Sentimentos” foi lançado na Academia de Letras de Ilhéus, para minha alegria!


Por Jane Hilda Badaró

Aconteceu, no dia 19 de agosto, na Academia de Letras de Ilhéus, o lançamento do meu livro, “IMAGENS & SENTIMENTOS: ALGUNS POEMAS (DES)ENGAVETADOS E PINTURAS”, Editora Mondrongo, 2016. Na oportunidade, o Presidente da ALI, Josevandro Nascimento, fez as saudações em nome daquela Casa da Cultura, e o Editor, o poeta e escritor Gustavo Felicíssimo, apresentou a obra. Compuseram a mesa dos trabalhos também a Acadêmica Maria Schaun, a professora e Diretora da EDITUS/UESC Rita Virginia Argolo e o Conselheiro da OAB Seccional Bahia Martone Maciel. Jan Costa com sua voz e violão majestoso, deu o bom tom da noite.
Trago-lhes este articulado, narrando de que modo a semente deste trabalho foi plantada, e chegou a germinar! Os poemas contidos no livro foram escritos, em sua grande maioria, nos idos de 80 e 90, ou seja, retratam, principalmente, as minhas inquietudes juvenis (embora seja possível, que, algumas delas, persistam até hoje).O fato é que sempre tive vontade de publicá-los um dia...
Em 1992, o saudoso poeta Abel Pereira, haikaista consagrado, fundador e primeiro presidente da Academia de Letras de Ilhéus, à época residente no Rio de Janeiro, veio a Ilhéus, sua terra natal, e esteve em visita à Fundação Cultural de Ilhéus-FUNDACI, onde eu respondia pela Assessoria de Imprensa do órgão. Num rompante de ousadia, lhe passei alguns dos meus trabalhos, que à época nominei de “Alguns Poemas Engavetados”.
Com seu jeito solícito, atencioso e carismático, poucos dias depois estava ele me trazendo um retorno. Fiquei extremamente feliz com a apreciação feita, que veio em forma de poesia, cujo título é “Versos Circunstanciais”, publicado naquele título, enquanto Prefácio. O renomado literato, naquela circunstância, leu “fuga”, “vida”, “vazio”, “ser poeta”, “Apeíron (infinito)”, “Mundo Próprio”, “lágrimas e sorrisos”, dentre outros, e sugeriu desengavetá-los.
Naquela ocasião, entretanto, nenhum esforço foi engendrado por mim no sentido de publicá-los. E aqueles poemas, assim como outros que vieram depois, ficaram esquecidos nos escaninhos do tempo (do meu tempo)...
Quando do seu retorno ao Rio de Janeiro, Abel Pereira ficou por alguns anos me encaminhando correspondências, cópias de atas de reuniões de Academia
de Letras e outras publicações ligadas aos movimentos literários cariocas e nacionais os quais participava. Convém este registro, por considerá-lo honroso.
E a vida sempre me virando e revirando de vários modos. Por longo tempo esqueci a poesia. Não mais olhei a condição humana, as agruras existenciais, os mistérios da vida, o céu, o mar, as estrelas, com olhos de poeta. Fiquei envolvida inicialmente com os releases e editoração da Revista IR (Ilhéus Revista), e após, com o mundo jurídico, a militância de operadora do Direito, escrevendo petições, contestações, réplicas. Ou seja, caminhei noutros rumos, noutras direções.
Ocorre que em 10 de dezembro de 2001 - acompanhando minha mãe, a saudosa poeta e acadêmica Janete Badaró - tive a grande satisfação de assistir a uma sessão festiva da Academia de Letras de Ilhéus, dirigida pelo Dr. Francolino Neto, no Salão Nobre da Associação Comercial, quando revi o poeta Abel Pereira, na flor dos seus 93 anos, vivaz e inspirado. 
Na oportunidade comemorava- -se o resgate às obras completas de Sosígenes Costa, recentemente publicadas pela FUNDACI, e Abel foi o principal orador da memorável noite. Em seu discurso, Abel Pereira convidou a seleta platéia para fazer uma viagem no tempo, especificamente ao ano de 1960 (dois anos antes do meu nascimento), e assim reproduziu as mesmas palavras ditas na ocasião do lançamento de publicação de obra de Sosígenes, algumas décadas atrás. 
Naquele momento, num lampejo de alegria, senti reatar em mim os laços de encantamento com a poesia. Rememorei que durante um período de minha vida eu havia escrito alguns “versos circunstanciais”, e que, inclusive, aquele brilhante orador, alguns anos antes, me havia aconselhado publicá-los. Cheguei em casa procurando pastas empoeiradas e garimpando os papéis velhos que continham meus singelos e despretensiosos poemas. Pensei que, enfim, havia chegado a hora de compilá-los num pequeno livreto (a redundância é proposital). 
A emoção de que fui tomada naquela sessão da Academia foi providencial, porque além de desarquivar meu desejo de um dia vir-a-ser poeta, também me fez constatar, e até mesmo lembrar, o quanto gosto de ler e ouvir declamados os bons poemas, e falados os bons discursos...É divino saborear a inspiração soprada do Alto para os poetas maiores. E nós aqui de baixo os aplaudimos de pé... 
Mas ainda não foi daquela vez que o meu sonhado livro foi publicado. Novamente meus poemas se perderam nas gavetas de minha história. Nela, novos movimentos surgiram, e numa destas boas surpresas que a vida nos prega, em 2011, além da lida com a advocacia e o magistério universitário do Direito, um sopro divino me fez enveredar para o mundo das artes plásticas. De repente, me vi pintando, produzindo telas, e participando de várias exposições individuais ou coletivas, em Ilhéus, outros estados e outros países.
Pensei novamente ter esquecido a poesia, até me dar conta de que poesias, além de serem feitas com palavras, também podem ser construídas com formas e cores. A arte – naif - que faço é pura expressão, sentimento, reflexo de viagens interiores, dúvidas e certezas de minh’alma. Considerando que “no sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimento”, desejando levá-los(las) nas asas dos meus sonhos, resolvi apresentar “Imagens & Sentimentos: alguns poemas (des)engavetados e pinturas”, um livro composto por poemas escritos e poemas pintados! 
Gratidão ao Divino Mestre pela oportunidade desta realização. Agradeço ao meu esposo Josenaldo Ramos de Menezes pelo apoio e empenho na realização deste projeto! Para minha saudosa mãe poeta Janete Badaró, com amor, dedico o livro, pelo exemplo no gosto às artes e cultura! Agradeço a todos os amigos que estiveram presentes ao lançamento - cada um simbolizando uma flor- pois me proporcionaram apreciar um belo jardim! Por todas as felicitações que venho recebendo ao longo dos últimos dias, minha grata alegria! 
Em Ilhéus, o livro já está à venda na Papirus Livraria- Shoping Itarte ((73) 3231-2191). Em Itabuna, a distribuição está sendo realizada pela Editora Mondrongo: (73) 3041-3116 | 98842-2793

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