quinta-feira, 15 de março de 2018

Gerente da Embasa destaca a importância do consumo consciente de água em Ilhéus

Com o calor intenso do verão e o período sem chuva, o consumo de água aumenta drasticamente. Por isso, manter bons hábitos quanto ao uso da água no dia a dia para reduzir o desperdício, além de contribuir para a disponibilidade e manutenção de recursos hídricos. Essa é a orientação do gerente Gerente do Escritório Local da Embasa em Ilhéus, José Correa Lavigne de Lemos, com objetivo de desenvolver na população a educação socioambiental para consumo consciente de água. 
Com o aumento do consumo de água o nível da barragem do Iguape, alimentada pelo reio Itacanoeira e seus afluentes, está com mais de 1 metro abaixo do seu nível normal. 
A chuva, ainda é pouca. Nesta entrevista o engenheiro José Lavigne falou sobre o quadro atual explicando o funcionamento do sistema de abastecimento de água da cidade de Ilhéus.
Pergunta - A situação atual da barragem do Iguape, já pode ser considerada alerta?
José Lavigne - Embora para nós seja uma situação de alerta, o nível da Barragem do Iguape, atualmente negativo em 1,09m, configura uma situação muito diferente da vivenciada pelo município em 2016, quando o manancial chegou a atingir nível de -5,62m. Também vale frisar que, além de estarmos mais sensíveis às variações do nível da barragem, estamos em articulação permanente com a Prefeitura de Ilhéus para atuarmos juntos, tanto em relação a medidas restritivas de distribuição da água tratada, caso não se concretizem as próximas previsões de chuva, quanto em relação à captação de água em mananciais alternativos, que dependa de um decreto de emergência publicado pelo Executivo municipal. 
Pergunta – Diante realidade a população de Ilhéus deve ser convidada a diminuir o consumo de água?
José Lavigne - Com ou sem situação de alerta nos municípios onde atua a Embasa sempre convida a população a evitar o desperdício, a reaproveitar água e a denunciar fraudes. Veiculamos campanhas de conscientização especialmente durante o verão, quando o consumo é maior, e também realizamos atividades de educação ambiental durante todo o ano. Diversas instituições de ensino, do básico ao superior, já receberam nossos técnicos, que realizam palestras, demonstrações de estação de tratamento piloto e outras atividades lúdicas, sempre com foco no consumo sustentável da água e na preservação do meio ambiente. 
Pergunta - Por quanto tempo, sem chuvas, a barragem do Iguape suporta?
José Lavigne -Nós temos condições apenas de fazer estimativas, uma vez que diversos são os fatores que influenciam na autonomia da barragem, tais como a taxa de evaporação do espelho d’água, a própria captação de água bruta para abastecimento e a ocorrência de precipitações. 
Pergunta – Quanto a represa da Mata da Esperança, está integrada ao sistema de abastecimento da cidade?
José Lavigne - A barragem da Esperança foi omanancial para abastecimento de Ilhéus até o ano de 1971, quando foi entregue à população a barragem do Iguape. Estudos técnicos realizados à época identificaram que a capacidade de reservação da barragem da Esperança seria, em curto prazo, insuficiente para atender ao crescimento populacional da cidade, o que se confirmou nos anos seguintes. Como atualmente a barragem é uma área de conservação integral, a captação de água no local só é possível ao ser amparada por um decreto de emergência e com a anuência do conselho gestor do Parque Municipal da Boa Esperança, como ocorreu em 2016. Para abastecer o município de Ilhéus, são feitas captações de água na barragem do Iguape e na Barragem do Rio Santana, que abastece a zona sul da cidade. 
Pergunta - Quanto à fiscalização aos Lava Jatos, e outros consumidores potenciais, lembro que o MPE solicitou da Prefeitura e da Embasa algumas medidas. Estas medidas de controle ao consumo de água por esses consumidores estão sendo efetivadas?
José Lavigne - Ao longo de todo o ano a Embasa realiza ações fiscalizatórias em imóveis com todos os perfis de consumo. Em 2017, foram regularizadas 340 ligações clandestinas e confirmados 110 casos de “gato” (derivações clandestinas que desviam água do ramal domiciliar, impedindo sua passagem pelo hidrômetro). Das 9.614 ligações inativas revisadas, 1.949 (ou 20%) estavam indevidamente religadas pelo usuário. Também requisitamos, recentemente, apoio das polícias Civil e Militar em algumas operações junto a grandes consumidores com quadro de reincidência em fraudes. 
Pergunta - Com relação à distribuição na zona sul, qual a situação da barragem do Rio Santana?
José Lavigne - A barragem do Rio Santana continua vertendo (com nível de água superior à altura do barramento), e creditamos isso ao alto nível de preservação no entorno do manancial, que foi o único a não sofrer os efeitos da estiagem prolongada de 2016. Este manancial, inclusive, está auxiliando no abastecimento da porção central de Ilhéus, uma vez que as obras de reforço no sistema adutor que passa pela Ponte Lomanto Júnior (realizadas de forma emergencial em 2016) conseguem direcionar um volume de 4.000 m³/dia para essa região, poupando a captação deste mesmo volume de água da barragem do Iguape. 
Pergunta - E a região de Olivença, como é abastecida e qual a situação ?
José Lavigne - Já Olivença é abastecida pelo Rio Tororomba, que atualmente está vertendo no ponto de captação, o que significa que há disponibilidade hídrica suficiente para abastecer a população da localidade. 

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