segunda-feira, 9 de abril de 2018

Aluno e professores da UESC fabricam próteses mecânicas de baixo custo

Tiago Santa Fé Matos contemplando a sua criação,
ao fundo a impressora criada no laboratório da UESC
Imagine-se dormindo e sonhando que, com uma de suas mãos, você acaricia o seu rosto. Ao acordar você toca o seu rosto, mas não consegue sentir os dedos, o que lhe causa uma sensação estranha. Não existem dedos, não há mãos, restam apenas as marcas de uma cirurgia de amputação na altura do pulso.
E assim criar a possibilidade e o desejo de recuperar de alguma forma o membro perdido, motivou à execução desse projeto, a fabricação de uma prótese mecânica. Essa prótese foi resultante do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do discente Tiago Santa Fé, que teve como orientadores os professores Me. Erickson Fabiano Moura Sousa Silva e Me. Victor Hugo Martins de Almeida, do curso de Engenharia Mecânica, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus (BA).

Professores Erickson Fabiano Moura Sousa Silva.
 Victor Hugo Martins de Almeida e Tiago Santa Fé Matos
A ideia foi colocada em prática graças à impressora 3D de baixo custo, montada pelos professores para o uso comum das atividades acadêmicas da Universidade, no ambiente do Laboratório de Projetos Mecânicos e Tribologia (LAPMET), do curso de Engenharia Mecânica, da UESC, em Ilhéus. Inicialmente, aluno e professores imaginavam um projeto que pudesse beneficiar animais amputados, e após conversarem com a professora Dra. Elisângela Barboza da Silva, do curso de medicina veterinária, passaram a enxergar além do que imaginavam, não somente a criação de próteses para os animais, mas também para pessoas.

A ideia foi criar uma prótese de baixo custo para pessoas de baixa renda, que sonham com uma prótese de membros superiores. Começaram a estudar e decidiram adotar a plataforma E-NABLE que é uma comunidade global formada por pessoas dispostas a colaborar para melhorar e difundir projetos de impressão 3D para próteses de mãos e braços, visando ajudar em especial crianças, mas também adultos, que nasceram com limitações nos membros superiores ou sofreram amputação seja por doença, guerra, acidente ou desastre natural.

O modelo impresso foi o Flex Hand, no qual a aparência é bem parecida com uma mão real. O protótipo é leve, prático e barato, tendo um valor médio de R$ 50 enquanto uma prótese normal pode custar em torno de R$ 5 mil, assim, a alternativa pode ser capaz de ajudar centenas de pacientes.

As peças principais, para que a mão mecânica pudesse utilizar o movimento do pulso e distribuir a força para o movimento de pegada entre os quatro dedos da frente e o polegar, foram produzidas na impressora 3D montada pelo grupo de pesquisa em manufatura aditiva do laboratório LAPMET da UESC. Outras peças necessárias foram, linha de nylon, parafusos e pequenas placas de espuma EVA, materiais baratos e acessíveis.

Para aprimorar ainda mais a prótese, e realizar outros projetos, por exemplo, para fabricação de órteses, é necessário um Scanner 3D para que possam extrair os moldes com precisão, equipamento difícil de adquirir diante do contingenciamento orçamentário do Estado da Bahia.
Para iniciar os testes com a prótese de baixo custo o grupo precisa também, do apoio e parceria com outras áreas do conhecimento como fisioterapeutas, psicólogos, psiquiatras, além do encaminhamento do projeto para avaliação e parecer do Conselho de Ética e Pesquisa da Universidade.
Informações:
Curso de Engenharia Mecânica
Secretaria: (73) 3680-5543
Coordenação: (73) 3680-5618
Victor Hugo Martins de Almeida - <vhmalmeida@uesc.br>
Erickson Fabiano Moura Sousa Silva - <efmssilva@uesc.br>
Tiago Santa Fé Matos - <t.tsmatos@gmail.com>

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