sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O "esverdeamento" do Sahel

Rio, agosto/11 - Na contramão do catastrofismo dos ambientalistas, que sobrevivem de alardes esbaforidos sobre o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, as notícias mais recentes sobre o Saara e a região do Sahel apontam na direção oposta. De acordo com um estudo recém divulgado pela Global Warming Policy Foundation (GWPF), entidade britânica que combate o alarmismo referente às mudanças climáticas, tais regiões estão experimentando uma elevação da fertilidade do solo e uma consequente expansão da cobertura vegetal em áreas outrora bastante áridas, em decorrência da maior presença de (CO2) (Thegwpf.org, 12/08/2011). 
 Segundo Philip Mueller, autor do relatório, as populações que vivem na região semi-árida do Sahel conviveram com grandes surtos de secas e fome, especialmente entre os anos 1950-1980, como reflexo da brusca queda nos regimes de chuvas, o que inviabilizou a agricultura em muitas áreas ao sul do Saara. Entretanto, afirma, a borda Sul do deserto do Saara tem experimentado uma retração desde a década de 1980, dando lugar a áreas férteis e viabilizando novamente o desenvolvimento da agricultura. Foi registrada uma grande recuperação da vegetação no norte de Burkina Faso, região que se encontrava devastada pela seca e pelo avanço da desertificação, há duas décadas. Tal realidade já está atraindo de volta famílias que haviam fugido para as regiões costeiras do continente. 
A vegetação também tem crescido significativamente, nos últimos 15 anos, no sul da Mauritânia, no noroeste do Níger, na região central do Chade, na maior parte do território do Sudão e em diversas regiões da Eritréia. Além disso, desde 1980, a produção de milho em Burkina Faso e no Mali aumentou 55% e 35%, respectivamente. E fotos de satélite tiradas entre 1982 e 2002 revelaram o extenso "esverdeamento" ao longo do Sahel, informações corroborado por entrevistas e depoimentos das populações locais. 
 Uma das principais razões apontadas no relatório para explicar tal surto de fertilidade no Saara e no Sahel é um súbito aumento na incidência de chuvas na região: das 40 estações pluviométricas localizadas no Sahel, a maioria registrou crescimento nas taxas de precipitação. Tal crescimento tem revertido a seca que devastou regiões, viabilizando novamente a agricultura. 
Todavia, outra razão apresentada no estudo é o aumento da concentração de CO2 na atmosfera, o que explica a expansão de áreas férteis mesmo em regiões onde a taxa de precipitação continuou decrescente ou estabilizada em níveis mais baixos. A maior disponibilidade do gás, que é um dos principais nutrientes das plantas, está provocando uma fertilização aérea, resultando num espetacular aumento da produtividade vegetal. 
Além disso, o crescimento da concentração do CO2 na atmosfera provoca um efeito antitranspirante nas plantas, aumentando a sua eficiência no aproveitamento da água no seu organismo, e possibilitando-as a se desenvolverem em áreas antes muito áridas para elas. 

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