Durante cinco semanas da Quaresma preparamos nossos corações pela oração, pela penitência e pela caridade. Na próxima semana entramos na assim chamada Semana Santa. O que é a Semana Santa? Por que ela é tão importante na vida litúrgica do cristão?
Na Semana Santa celebramos a história da salvação do Filho de Deus que se humilhou e assumiu a condição de escravo, sem mancha de pecado, engrandecendo o humano, sem diminuir o divino (cf. Fl 2,6-11). Ele tornou-se homem para caminhar conosco, conhecer a nossa história e nos apontar caminhos de vida. Mas não é só isso. No Getsêmani, Jesus experimenta uma grande tristeza e sente a dor da angústia. “Agora sinto-me angustiado. E que direi? ‘Pai, livra-me desta hora?’ Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, glorifica o tue nome!” (Jo 12,27-28b). Enfrenta a traição de Judas que, com um beijo, o entrega aos seus inimigos. Pedro não o reconhece na presença de uma empregada. Os discípulos, seus amigos prediletos, fogem e o deixam sozinho nas mãos dos soldados. A condenação forjada, resultado de um julgamento iníquo, é tramada para eliminar sua pessoa e os desígnios de Deus nele manifestos. Jesus, o Servo Sofredor, despido de toda dignidade é reduzido a um farrapo humano (cf. Is 52,13–53,12). Suspenso entre o céu e a terra na cruz, ele vive o doloroso abandono por parte do Pai (cf. Mc 15,34).
Essa experiência de Jesus na Semana Santa é a história viva da humanidade. Contemplando a paixão e morte de Jesus, fazemos memória dos sofrimentos, das injustiças e das violências que experimentam milhões de seres humanos. Ele assume e faz seus todos esses sofrimentos. Em sua morte e ressurreição, estão presentes todos os sofrimentos humanos.
A Semana Santa, tempo de comunhão e solidariedade com e em Jesus, é um tempo santo e precioso para entrarmos na História da Salvação e da Libertação. Somos convidados a tomar parte nesta história como agentes, como discípulos missionários, não permitindo que o pecado, que levou Jesus à morte e ainda destrói tantas vidas, invada o nosso ser e o nosso agir.
Na Semana Santa meditamos o Evangelho de Jesus, contemplamos sua prática, acolhemos sua proposta de doação e partilha, assumimos sua atitude de obediência ao Pai e de serviço à humanidade. Imploramos a graça de conversão e mudança de vida, dizendo ao Pai: “concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com ele em sua glória”.
Na Semana Santa lembramos que Jesus, verdadeiro médico dos corpos e das almas, assumiu os sofrimentos humanos, especialmente aqueles decorrentes das nossas doenças. Jesus sempre se fez próximo dos doentes. Sua ação se prolonga na sua Igreja, por obra do Espírito Santo, na Palavra escrita, a Bíblia, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia e na Unção dos Enfermos, e nas atividades de assistência médica. A Igreja é chamada a continuar no cuidado das pessoas doentes, ajudando-as a participar do sofrimento redentor de Cristo pela salvação e libertação do mundo.
Unidos com toda a Igreja Católica no Brasil, concluímos no próximo domingo, o Domingo de Ramos, a primeira etapa da Campanha da Fraternidade 2012. Além da nossa conscientização sobre o problema, os desafios e as perspectivas da saúde em nosso país, nesse dia realizamos o gesto concreto, pois a CF se expressa concretamente pela oferta de doações em dinheiro, na Coleta da Solidariedade. É um gesto concreto de fraternidade, partilha e solidariedade, feito em âmbito nacional, em todas as comunidades católicas, paróquias e dioceses. A Coleta da Solidariedade é parte integrante da Campanha da Fraternidade, O gesto fraterno da oferta tem um caráter de conversão quaresmal, condição para que advenha um novo tempo marcado pelo amor e pela valorização da vida.
Qual a destinação dos recursos da Coleta da Solidariedade? Em 2011 o Fundo Nacional de Solidariedade recebeu, até o dia 20/10/2011, R$ 4.734.500,65. Este valor representa 40% dos recursos arrecadados na Coleta Nacional da Solidariedade. Até outubro de 2011 foram apoiados 1.903 projetos por todo o Brasil.
“Ser Solidário É Ser Humano”
Que a Saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38,8)
PARTICIPE!
Sua contribuição pode ser feita também por depósito bancário: Caixa Econômica Federal: Ag. 2220 – C/c 0.9 CNBB – Operação: 003
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