O secretário de Planejamento, Zezéu Ribeiro, deixa mesmo a Secretaria de Planejamento (Seplan) para ceder o espaço ao ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli. Zezéu, que até então preferia se esquivar quando questionado sobre o assunto, resolveu se manifestar e confirmou seu retorno à Câmara Federal, onde reassume o seu mandato de deputado, do qual estava licenciado.
Contudo, deixando entender que não lhe restou alternativa, não hesitou em pontuar que quem perde não é ele, mas sim o governo, pela rotatividade que implementa no comando da pasta. A troca deve ser oficializada somente após o governador Jaques Wagner (PT) retornar da Alemanha, onde integrará a comitiva da presidenta Dilma Rousseff. “Com a vinda de Gabrielli, a Seplan foi colocada como principal opção dele e do governador, e como fui indicado pelo PT, cabe ao PT conversar com o governador sobre a minha saída. Afinal, essa decisão não passa por mim e nem cabe a mim discutir, mas vou de alma lavada.
Sinto por não poder finalizar, capitalizar o que havia sido proposto pelo governo quando assumi a pasta”, disse, confirmando seu retorno a Brasília. Sobre os rumores de que teria sido cotado para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), órgão para o qual o governador deverá indicar pelo menos seis novos membros até o fim do seu mandato, o petista foi taxativo: “Deixei claro que não toparia nenhuma outra alternativa.
Ou ficaria na Seplan ou cumpriria minha tarefa em Brasília. Tenho muito o que fazer lá. Fui presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, coordenador da Bancada do Nordeste e o acúmulo do meu aprendizado na secretaria só vai contribuir para que eu continue ajudando a Bahia e o Brasil”.
Setores da tendência petista Construindo um Novo Brasil (CNB), a que o secretário pertence, também teria se articulado para tentar emplacar Zezéu na Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O argumento do grupo era de que, apesar de pertencer à mesma corrente, Gabrielli vai para o governo na cota de Wagner. Mas Zezéu voltou a reforçar que recusaria qualquer que fosse a proposta. Por fim, assegurou que, ao menos da sua parte, não existe nenhum tipo de ressentimento, mas sim pesar. “Ressentimento em absoluto, mas sim pesar por não conseguir finalizar um projeto. Afinal, trabalho com princípios e valores, tendo em vista projetos a longo prazo.
Para mim, essa é a base fundamental da política”, alfinetou, ainda que nas entrelinhas. Mais além, con-cluiu que o que existe é um sentimento de perda. “De castração, mas acho que o estado perde mais, pois nota-se que a Seplan virou uma secretaria de grande rotatividade. Nada menos que cinco secretários já passaram por lá”. Gabrielli não foi encontrado.
Já a assessoria da Casa Civil não confirma as mudanças, entretanto informou que o anúncio das mudanças deve ser feito pelo governador ainda na primeira quinzena de março. Com a ida de Zezéu para a Câmara, o ex-prefeito de Juazeiro e então deputado Joseph Bandeira (PT) perderá o mandato.
Mais mudanças estão por vir
O mês de março será palco de outras mudanças no governo estadual. Além da Secretaria de Planejamento, cujo nome de José Sérgio Gabrielli é dado como certo, estão confirmadas mudanças na Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz).
O titular Carlos Martins se desincompatibilizará agora em março, conforme manda a lei, em virtude de sua candidatura à Prefeitura de Candeias, cidade na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Quem também deve deixar sua pasta para ser candidato a prefeito é o secretário de Combate à Pobreza, Carlos Brasileiro, que deverá concorrer à Prefeitura de Senhor do Bonfim, embora ele não confirme a informação. Utiliza do discurso que é o governador quem decidirá.
É ventilada mudança também na pasta de Desenvolvimento Urbano (Sedur), já que o nome do secretário Cícero Monteiro tem sido cotado para a corrida no município de Jacobina.
O chefe da Casa Civil do Estado e articulador político de Jaques Wagner, Rui Costa, por sua vez, preferiu cautela sobre as mudanças.
Ele não confirmou as especulações nem deu pistas das modificações, mas afirmou que “o governador já definiu as modificações e vai escolher o momento certo para anunciar”. Diante das informações de que o secretário do Turismo, Domingos Leonelli, também poderia deixar seu cargo, a reportagem questionou se seria mesmo quatro as secretarias que sofreriam modificações. “Acho que não chega a isso tudo não”, disse Rui Costa, em tom de mistério.
Assim como Rui Costa, o secretário de Relações Institucionais, Cézar Lisboa, preferiu manter a discrição.
“O governador Jaques Wagner, é lógico, já tem uma análise sobre todos as mudanças em seu governo, mas cabe a ele fazer esse anúncio. Nos próximos dias nos reuniremos e esse anúncio certamente será feito”, confirmou o secretário Cézar Lisboa em entrevista recente à Tribuna. (FC)
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