terça-feira, 3 de abril de 2012

Ilhéus quer desenvolvimento focado na conservação

O secretário do Meio Ambiente da Prefeitura de Ilhéus, Harildon Ferreira, considerou bastante positivo e oportuno o Seminário Conservação Produtiva, promovido sexta-feira (30), pela Superintendência Regional da Ceplac para a Bahia. Segundo o secretário – que representou o prefeito de Ilhéus, Newton Lima –, o evento demonstra a possibilidade de valorização não só do cacau (amêndoa), mas da agregação de valor de seus produtos.
Explica, Harildon Ferreira, que um novo componente da cacauicultura apresentado pela Ceplac é o Sistema Cabruca, capaz de contribuir efetivamente para a conservação da Biodiversidade.
“Fiquei bastante animado ao ouvir do superintendente Juvenal Maynart a mudança no foco da Ceplac, evidenciando o que vem sendo feito há 250 anos, contribuindo para a conservação da Mata Atlântica. Agora, é preciso que esse trabalho avance para a instituição de um selo de qualidade, ressaltando o Cacau Bahia uma cultura ambientalmente correta e socialmente justa”, avaliou.
Informa o secretário municipal do Meio Ambiente, que o tema é de suma importância para Ilhéus, que tem mais de 38 % de seu solo recoberto com Cacau Cabruca, condição essencial para a preservação da Mata Atlântica. Ilhéus é hoje o primeiro município da Bahia e o terceiro no Brasil a elaborar o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA), atendendo ao disposto na lei federal nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, regulando a conservação, a proteção, a regeneração e a utilização desse bioma.
Na avaliação de Harildon, “os passos” dados pelo Poder Público Municipal de Ilhéus estão em consonância com a nova visão da Ceplac, que pretende transformar o trabalho realizado pelo produtor de cacau em política pública. “No caso de Ilhéus, diagnosticamos algumas situações parecidas e que serão levadas em conta na elaboração do Plano de Ação, a exemplo do fomento aos pequenos e médios agricultores, principalmente na integração ao sistema cooperativo, com a intenção de ampliar a produção sustentável na área rural”, ressaltou.
Apesar de elogiar o trabalho realizado pela Superintendência da Ceplac, Harildon Ferreira aponta algumas deficiências da Ceplac e diz que é necessária uma grande mobilização regional para corrigi-las, a exemplo da realização de concurso público para a contratação de novos cientistas. Para Harildon, existe uma nova demanda e a região cacaueira da Bahia precisa estar preparada para atender ao mercado internacional, que busca consumir produtos que tenham como componentes a produção sustentável e socialmente justos.
“É uma vitória da região que esse modelo de produção seja apresentada pela Ceplac na Rio + 20 e se transforme numa política de governo. Com isso, esperamos que o Governo Federal possa corrigir esse desequilíbrio com a instituição que mais contribuiu para o progresso econômico e social da região cacaueira da Bahia”, concluiu Harildon Ferreira.

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