segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Economia Criativa é opção para o desenvolvimento do Sul da Bahia

Ao participar como palestrante do projeto de debates O Improviso, Oxente!, idealizado pelo grupo Teatro Popular de Ilhéus (TPI) para abordar assuntos ligados “A Ilhéus que queremos”, a nova coordenadora Regional do Sebrae em Ilhéus, Claudiana Figueiredo, defendeu o estímulo à Economia Criativa, valorizando mais o conhecimento e a experiência das pessoas em negócios rentáveis e sócio-ambientalmente justo. Ao falar sobre “Economia local dinâmica, criativa e sustentável” para um público formado por professores universitários, artistas, ambientalistas, representantes de ONGs e estudantes, Claudiana garantiu que o Sul da Bahia é um território com um grande celeiro de possibilidades para estar atuando neste setor, mas que esta transformação passa, sobretudo, pela mudança de mentalidade da região sobre o modelo econômico que quer ter nas próximas décadas. 
Para o diretor-artístico do Teatro Popular de Ilhéus, Romualdo Lisboa, a participação do Sebrae é fundamental na construção de uma nova consciência crítica regional. "O Sebrae é uma instituição imprescindível no processo de discussão da cidade. Primeiro por que durante estes anos a entidade conseguiu reunir as ferramentas necessárias para implementar o que para a gente é fundamental: pensar para Ilhéus e região um outro caminho que invista nos pequenos negócios e nos pequenos empreendedores", garante. Para Lisboa, a entidade vai dar uma importante parcela de contribuição ao futuro da cidade, oferecendo a sua excelência em consultoria, despertando consciência das novas vocações desta região e os caminhos que ela tem para construir a sua economia de forma criativa e sustentável. 
Durante a sua apresentação, mediada por Morgana Krieger, diretora do Instituto Nossa Ilhéus, entidade parceira do projeto, Claudiana Figueiredo apresentou números que confirmam a tendência cada vez mais forte da Economia Criativa na vida das pessoas. O setor já representa 2,84% do PIB brasileiro e tem um crescimento, nos últimos cinco anos, de 6,3% ao ano, seguindo a Firjan. 3.763 milhões de pessoas já estão trabalhando nos setores da economia criativa no país e representam 8,74% do total de empregos formais no Brasil. A receita média dos trabalhadores formais no núcleo, está bem acima das médias nacional e local, com 2.293 reais. Iniciada em julho deste ano, esta edição do projeto de debates Improviso, Oxente! tem como objetivo apresentar propostas que serão incluídas em um livro publicado pela editora do Teatro Popular de Ilhéus, que será entregue ao futuro prefeito da cidade como sugestões de políticas públicas. Os últimos debates ocorrerão na primeira quinzena de outubro e, em seguida, uma equipe multidisciplinar vai organizar o conteúdo do documento. 
“Às vezes as pessoas pensam no desenvolvimento econômico como ferramenta para atrair grandes empresas para o local, seja ela qual for. Mas será que o modelo que a gente precisa para o desenvolvimento da economia local é só pensar na atração de grandes investimentos? Ou é pensar também no fortalecimento de pequenos negócios?”, questionou. Para Claudiana, o importante é usar do talento, da criatividade e do capital intelectual para criar os intangíveis, ou seja, bens de consumo que nunca chegam ao fim. “Aí é que está a grande sacada do setor da economia criativa”, assegura. “Se conseguimos isso, iremos ser uma das regiões pujantes da Bahia sem necessitar investir em negócios que comprometam a nossa qualidade de vida. Com pequenas ações faremos uma grande diferença”, completou. 
“O mundo está mudando”, destaca Claudiana Figueiredo. Segundo ela, antes quando se falava em economia pensava-se em bens materiais e recursos naturais e esses recursos são tangíveis, finitos e consumidos com o uso. “Por isso quando a gente pensa numa economia focada apenas nestes recursos naturais e materiais, vai ter o tempo em que vai acabar, não tem jeito. É a economia da escassez”, garante. Para ela, o sul da Bahia precisa pensar em um modelo de desenvolvimento econômico que perpasse por uma mudança de pensamento e valorize os bens intangíveis, os que nunca acabam. “O artesanato local, quais são os ícones que representam a temática cultural local? Não temos”, exemplifica.

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