quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Hoje: Engenho de Santana em debate no Improviso, Oxente!

O projeto de debates Improviso, Oxente! segue com a pesquisa histórica para montagem do próximo espetáculo do Teatro Popular de Ilhéus (TPI): 1789 – Engenho de Santana – Uma Revolução Histórica. Nesta quinta-feira (08), o grupo recebe o arqueólogo Elvis Barbosa, que falará sobre “O Engenho de Santana – sua dinâmica e suas estruturas no período colonial”. As discussões, sempre acompanhadas de música e improvisações artísticas começam às 19 horas, na Casa dos Artistas de Ilhéus. A entrada é franca.
No último Improviso, Oxente! o historiador Arléo Barbosa abordou “A Capitania de São Jorge no contexto do comércio açucareiro”. Ele fez uma contextualização histórica de como o açúcar era um artigo valioso na Europa do século XVI e como a capitania de Ilhéus foi uma das pioneiras no cultivo de cana-de-açúcar no Brasil colonial.
O professor explicou que, na época da revolta dos escravos do Engenho de Santana, no século XVIII, a produção açucareira estava se recuperando de um período de queda. “Em Ilhéus, deveria ser produzido milho e farinha para abastecer os engenhos do recôncavo. Mas, com a decadência da produção de cana no Caribe, o Engenho de Santana ressurgiu com pujança”, informou.
Além de Arléo Barbosa, o projeto Improviso, Oxente! também contou com a participação do historiador Marcelo Henrique Dias, que será um dos consultores do TPI ao longo da montagem do espetáculo histórico. Ele falou que esteve recentemente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal, revendo correspondências e documentos jesuíticos relacionados ao Engenho de Santana. Com a orientação do pesquisador, o Teatro Popular de Ilhéus poderá compreender o clima de tensão da época da primeira greve feita brasileira, organizada pelos escravos do engenho que existiu por 300 anos.
Mas o Improviso, Oxente! não fica apenas restrito às falas dos convidados. O grupo afro Dilazenze, juntou-se aos músicos e artistas do Teatro Popular de Ilhéus, para abrilhantar ainda mais o encontro. O grupo faz parte do Terreiro Matamba Tombenci Neto, que também está envolvido na montagem do TPI.
O espetáculo
1789 – Engenho de Santana – Uma Revolução Histórica foi um das contemplados pelo edital setorial de teatro do Fundo de Cultura da Bahia. Entre mais de 200 propostas apresentadas, foi a única selecionada do Litoral Sul. No ano passado, o esboço do texto, escrito por Romualdo Lisboa, venceu o edital de Apoio ao Desenvolvimento de Textos Dramatúrgicos no Estado da Bahia, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia.

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