segunda-feira, 18 de março de 2013

Roma: Dilma ensina o Pai Nosso ao vigário. Ave Maria. Agora vai.


Antonio Ribeiro  VejaDo alto de sua imensa sabedoria pontifícia, Dilma Rousseff, desembarcou em Roma aconselhando o novo papa. De acordo com a Presidente do Brasil, Francisco tem uma “missão a cumprir”: não deve se restringir a defesa dos pobres e respeitar as opções de cada um. Não é nada, não é nada, trata-se de, no mínimo, um exemplo de que nem só o amor de Deus é infinito. Há casos em que a pretensão não respeita barreiras.
Embora de possibilidade remota, imagine qual seria a reação da Presidente, se Francisco dissesse que Dilma deve falar menos e fazer mais por seus compatriotas? A título de exemplo, basta lembrar a fúria de Dilma quando a revista The Economist ousou sugerir melhores caminhos – assunto que entende – para o desempenho pífio da economia brasileira.
Cristina Kirchner foi mais oportunista, beijou a mão do Papa, no primeiro encontro entre o novo pontífice e um chefe de estado. Isso depois de, em um primeiro instante, ter levado hora e meia para formular comunicado oficial do seu governo para saudar a eleição de um papa… argentino. É notório que relações entre o casal Kirchner e o ex-Primaz da Argentina, Jorge Mario Bergoglio, nunca foram, por assim dizer, de afagos, mas Papa é Papa e Presidente é Presidente. A ficha caiu.
Seria muito pedir que Dilma ou um assessor tivesse se dado ao trabalho de ler durante o voo para Roma o livro “Sobre El Cielo y La Terra”. O melhor e mais extenso descritivo do vai na cabeça de Francisco até surgir mais atos e palavras. A obra resume diálogo, um papo muito inteligente e aberto, de Bergolio com um amigo, o rabino argentino Abraham Skorka. A leitura dissipa adjetivos pré-fabricados sobre o novo papa e evita chover no molhado. Quer dizer, ensinar o Pai Nosso ao novo vigário de Roma. Com pouquinho de boa vontade e baixando a bola, pode-se até colher alguns ensinamentos. 
Aqui vai um de Francisco sobre política e poder:

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