quarta-feira, 11 de maio de 2016

Tire suas dúvidas sobre zika vírus e microcefalia


(Pastoral da Criança)Até novembro de 2015, microcefalia não era uma palavra muito falada no Brasil. Com a divulgação do crescente número de casos, e a possível relação entre a malformação e o zika vírus, o país passou a ouvir mais sobre microcefalia.
De lá para cá, foram notificados 7.343 casos suspeitos. Destes, 1.271 casos foram confirmados, 2.492 foram descartados, e outros 3.580 ainda estão sendo investigados. Apesar das informações semanais do Ministério da Saúde, muitas dúvidas continuam na cabeça das pessoas, especialmente das gestantes.
Para esclarecer o assunto, a Pastoral da Criança entrevistou a pediatra e infectologista Dra. Marion Burger, que atua na Secretaria de Estado de Saúde do Paraná e na Secretaria Municipal de Saúde do município de Curitiba.
O que é microcefalia?
Se o crânio da criança não cresce adequadamente na gestação, quando ela nasce pode ser diagnosticado o que se chama de microcefalia, isto é, o tamanho da cabeça do bebê é desproporcionalmente menor que o tamanho da estatura, peso e das demais medidas do bebê em relação ao tempo da gravidez e ao sexo dele.
Que relação há entre a zika e a microcefalia?
A partir do momento que foram detectados mais casos de microcefalia no Brasil do que normalmente se via em anos anteriores, investigações foram feitas desses casos, e mostraram que muitas dessas gestantes apresentavam o quadro clínico que poderia ser associado a infecção pelo zika. A partir do relato das gestantes, cujos fetos estavam com diagnóstico de microcefalia, foi feita a pesquisa sobre o vírus. Isso mostrou uma relação direta da presença do vírus zika nas situações em que se diagnosticou microcefalia.
Como a gestante pode se prevenir contra o mosquito Aedes aegypti?
Usando, em primeiro lugar, roupas que cubram a maior parte da superfície do seu corpo. Roupas de manga longa, calça comprida - de preferência de cor clara para não atrair os mosquitos -, e repelentes que evitam que o mosquito chegue e pique essa pessoa, transmitindo, assim, o vírus da zika, da dengue ou da chikungunya.
O zika vírus pode ser transmitido para o bebê através do leite materno, da amamentação? 
Mulheres com zika podem amamentar?
Até agora, a orientação tem sido que, mesmo pessoas que estão com infecção pelo zika, podem amamentar.
Ministério da Saúde recomenda que seja mantido o aleitamento materno contínuo até os dois anos ou mais
Como não há evidência científica que demonstre a transmissão do vírus Zika pelo leite materno, o Ministério da Saúde recomenda que seja mantido o aleitamento materno contínuo até os dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses de vida. O aleitamento materno é a estratégia isolada que mais previne mortes infantis, além de promover a saúde física, mental e psíquica da criança e da mulher que amamenta.
Da mesma forma, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças(CDC), dos Estados Unidos da América, também recomenda a manutenção da amamentação nesta situação.

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