quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Câmara de Vereadores recebe manifestantes e realiza sessão especial para debater situação do Hospital Geral Luiz Viana Filho, secretária Municipal de Saúde não comparece

Os  funcionários públicos do Hospital Geral Luiz Viana Filho foram as ruas e realizaram um protesto que terminou na Câmara de Vereadores de Ilhéus , onde foram recebidos no Plenário Gilberto Fialho para uma sessão especial tendo como pauta principal o fechamento e municipalização da Unidade de Saúde. A sessão especial foi pedida pelo Fabrício Nascimento (PSB), para debater o assunto.
Com a presença de lideranças do setor como Tereza Deiró, Rita de Cássia e Iolando de Souza, de representantes  representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde), da Clínica Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus (Coci) e de servidores do Hospital Geral, os manifestantes demonstraram grande apreensão devido ao anúncio do fechamento do Hospital a partir da inauguração, em dezembro, do Hospital Regional Costa do Cacau, e à falta de posição por parte da Secretaria Estadual de Saúde sobre a realocação desses trabalhadores. A secretária de Saúde do Municipio não compareceu à Câmara e não se pronunciou sobre o problema.
O médico e vereador Aldemir Almeida (PP), representando a clínica Coci, afirmou que a inauguração do Hospital da Costa do Cacau e o fechamento ou mudança do Hospital Geral, é trocar seis por meia dúzia, já que ao ganhar 230 leitos, elimina outros 160 do Luiz Viana Filho.
“Há 35 anos, quando cheguei nesta cidade, nos tínhamos 710 leitos. Em 1991 a cidade tinha 130 mil habitantes. Hoje a cidade tem 200 mil habitantes e 250 leitos. A cidade cresceu e o número de leitos diminuiu assustadoramente. Hoje, não tem condições de internar ninguém. Vamos fechar o hospital de 150 leitos (o Santa Isabel), e vamos abrir o hospital de 230 leitos, e não vai resolver o problema da saúde de Ilhéus. Eu falo com embasamento e conhecimento. Se não tiver o Hospital Geral, nenhum hospital aqui, tem estrutura para manter uma equipe multidisciplinar para atender a todos em várias especialidades”, explanou Aldemir.
Funcionário do Geral Luiz Viana Filho, o vereador Fabrício Nascimento informou que há uma grande preocupação da população sobre o atendimento de urgência e emergência e que cabe à Câmara de Vereadores, chamar a responsabilidade para si neste momento tão preocupante para saúde no município, além de cobrar do Estado a manutenção do Hospital Geral Luiz Viana Filho.  O vice-presidente da Câmara, Gil Gomes (PV), lembrou que é impossível atender à demanda da saúde sem o Luiz Viana Filho e afirmou que os servidores podem contar com o apoio da Câmara para pedir uma reunião urgente com a Sesab, para debater  a situação.
O vereador Ivo Evangelista (PRB) lembrou que existem dois projetos de interesse do estado; a renovação do contrato com a Embasa, e a criação do consórcio para gerir o Hospital Materno-Infantil com UTI Neonatal em conjunto com a Prefeitura de Ilhéus, e pediu o endurecimento dos colegas vereadores para ampliar o debate sobre o Regional.
Funcionário estadual e vice-presidente do Conselho de Saúde Municipal, Yolando Souza, lembrou que o Hospital Geral possui 427 funcionários estatutários e 235 funcionários contratados pela Fundação José Silveira e, com a construção do Hospital do Cacau, se instalou um clima de angústia e indefinições em relação ao destino de seus funcionários. “Fala-se da casa, mas esquecem das pessoas. Não podemos passivamente assistir o Governo trocar um hospital com portas abertas por um hospital com portas fechadas”.

Fabrício Nascimento lamentou a ausência dos representantes das secretarias de saúde do estado e do município em um momento tão importante para os ilheenses e protocolou um novo requerimento convocando-os a comparecer à Câmara na próxima semana.  A secretária de Saúde de Ilhéus, Elizângela Oliveira, em contato com Fabrício Nascimento, afirmou que irá comparecer ao Plenário na próxima terça-feira, 28, juntamente com um representante do estado para debater a situação da saúde pública em Ilhéus.

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