sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O funcionamento da saúde em Ilhéus é um caos

A população de Ilhéus agoniza e pede socorro, só não sabe a quem pedir. A calamidade é por conta do caos que se tornaram os serviços de saúde pública prestados pela Prefeitura Municipal, através da sua Secretaria de Saúde. Gildásio Moreira, usuário do SUS, lamenta não ter conseguido agendar os procedimentos necessários por que o serviço de internet do no posto de marcação estava suspenso. “Acho que não pagaram” indigna-se um servidor do Posto de Saúde.
Parece até mentira, mas é verdade! O caos se estende do método da prestação de serviços até a falta de tinta nos cartuchos da impressora do posto de saúde da Barra. A conseqüência imediata é a impossibilidade para a marcação de exames. “Na Barra há muito tempo não tem tinta, antes não tinha internet. Há muito tempo que tá assim” , Revolta-se outro usuário.
“Desgraça pouca é bobagem”, desabafa a dona de casa apontando para os escombros do que foi um dia um dos Postos de referencia do Sistema. O Sarah Kubitschek, situado no Parque Infantil, entre os bairros Malhado, Barra, Esperança e os altos do Coqueiro, Herval Soledade, Nerival, Amparo, entre outros. Um ponto estratégico porque nele eram atendidos usuários de várias outras localidades da zona norte, inclusive das zona rural. O Posto Sarah foi fechado para reforma no fim do governo passado, demolido e abandonado no atual governo.
Os escombros Poros Sarah, ostenta a placa de recuperação
com o valor e a fonte financiadora.
Pior é o Posto de Saúde situado na Avenida Princesa Isabel. Neste a reforma começou no tenebroso governo de Newton Lima, passaram-se os quatro anos opacos de Jabes Ribeiro e se arrastam pelos primeiros 11 meses do atual governo. Até as alvenarias não resistiram. 
Mas onde os prédios dos postos de saúde ainda estão de pé ou foram reformados a população não tem o que comemorar. Em Carobeira o posto e equipamentos reluzem, só não tem médicos e pessoal de apoio. Fechado desde o governo passado os usuários – muitos caminham seis quilômetros – para serem atendidos no Posto do Iguape, quando é possível. 
Neste, como muitos outros postos que ainda funcionam, os serviços são precários com longa espera para consultas e exames, falta de médicos, de remédios,de material para curativos e até mesmo copos descartáveis.
No posto do CSU outro usuário tentou marcar uma consulta sem êxito porque não tinha papel na impressora que emite as guias. Foi o próprio usuário quem comprou uma resma de papel para que os serviços de marcação de exames, consultas e fisioterapia, não continuassem suspensos. 
No primeiro semestre, a campanha de vacinação contra o vírus “influenza” foi um fiasco. Para atender a demanda do município existiam apenas quatro vacinadores para percorrer as dimensões geográficas e complexas de Ilhéus. Para o segundo semestre, apesar da capacitação de novos vacinadores,os resultados não foram os esperados 
A secretária municipal da Saúde, Elizângela Oliveira, importada pelos acordos políticos do governo de Mário Alexandre com o senador Oto Alencar, cacique baiano do PSD, anunciou a retomada dos processos licitatórios para a recuperação de seis postos de saúde que estão com obras paralisadas.
Mas até agora nada aconteceu.
“Encontramos uma saúde devastada onde todos os programas estavam em bloqueio por falta de prestação de contas do governo anterior. até programas como o “Mais Médicos” foram prejudicados, com a redução de seis dos dez médicos que atendiam a população carente, por descumprimento da exigência de alimentar com as informações o sistema de controle do Ministério da Saúde, causando um bloqueio desde 2015,” informa a secretária. 
A revolta dos fornecedores e prestadores de serviços
estampada nas ruas
O fato é que o munícipe pagador de imposto e usuário necessita dos serviços e as criticas inundam as redações dos jornais, blogs e programas de rádio da cidade. A secretária Elisângela Oliveira considera pertinentes as críticas que a Secretaria vem recebendo, mas garante que os trabalhos vão apresentar resultados e, aos poucos, estas críticas irão diminuir. 
Só que o contribuinte, doente não pode esperar. Ela bem que devia saber disso. É enfermeira.
Retórica a parte, o tema é o fato de cada dia nas redes sociais. Enquanto redigíamos esta matéria Ailton Fernandes, técnico de enfermagem de Ilhéus, que se auto intitula de “ativista da saúde brasileira” publicava em sua página que “se o prefeito de Ilhéus, o medico ortopedista Mario Alexandre Alves de Sousa, não tomar as devidas providências a área da saúde pública vai entrar em colapso nos prontos socorros e nos hospitais da cidade por falta de ação política e administrativa”. Ele clama as autoridades dos MPF , MPE , PGR , e PF.”
Frequentemente a escassez de recursos destinados à saúde pública da qual dependem, na maioria das vezes, as camadas mais carentes da população, é noticiada pelos meios de comunicação de todo o Brasil. É fato que o poder público vem gastando mal o dinheiro destinado a esse setor de importância vital para todos.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, existem atualmente 1.158 unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), construídas em todo o País que nunca foram colocadas em funcionamento, demonstrando a péssima situação da administração pública quando o assunto é saúde.a

Nenhum comentário:

Postar um comentário