terça-feira, 2 de junho de 2020

Pesquisadores baianos trabalham no desenvolvimento de respirador de baixo custo



Protótipo de respirador pulmonar mecânico está sendo desenvolvido por pesquisadores do Campus Guanambi do IF Baiano, a partir de materiais encontrados no mercado local.
Diante da alta demanda por aparelhos de respiração mecânica em todo o mundo, devido a pandemia do novo coronavírus, da escassez de fornecedores nacionais e dos altos preços desses aparelhos no mercado, pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano), Campus Guanambi, resolveram desenvolver um protótipo de respirador pulmonar de baixo custo, construído com materiais encontrados no mercado local.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 20% dos pacientes com Covid-19 podem requerer atendimento hospitalar por dificuldade respiratória e desses casos aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório para o tratamento. O percentual pode parecer pequeno, mas quando o número de infectados é grande, esse percentual representa quantidade de pessoas suficiente para sobrecarregar hospitais de forma a faltar respiradores mecânicos para a população.
O projeto é orientado pelo docente do IF Baiano, Leandro Gonçalves, recebe incentivo da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação e da Pró-reitoria de Extensão do IF Baiano e conta com a colaboração de parceiros externos.
“A ideia é que consigamos desenvolver um protótipo de respirador pulmonar com custo inferior a R$ 3 mil e que esse equipamento possa ser fabricado em larga escala por iniciativas privadas locais, movimentando a economia pela geração de emprego e renda”, explica o professor Leandro.
O protótipo tem como referência os modelos de código aberto disponibilizados pelo Massachusetts Institute technology (MIT) e pela Universidade de São Paulo (USP) e, segundo o orientador da pesquisa, o principal desafio é desenvolvê-lo com materiais “genéricos”, encontrados localmente, que o torne barato e de fácil fabricação. Os pesquisadores já desenvolveram a parte mecânica e eletrônica do aparelho e iniciaram a etapa de programação. 
A urgência em soluções exigidas pelo momento e as restrições impostas pela pandemia são dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores. Para Leandro, o distanciamento social tem sido um obstáculo na execução do projeto, por impedir a supervisão de diferentes olhares na realização de testes. “Ao executarmos os testes sob apenas um olhar, detalhes passam despercebidos e, mais adiante, precisam ser corrigidos e isso atrasa o andamento”, afirma o professor. Apesar das dificuldades, a pesquisa tem cumprido o cronograma e, segundo a previsão dos pesquisadores, o respirador estará pronto em julho.
Os pesquisadores vêm desenvolvendo as etapas em home office, realizando reuniões online. Quando algum teste necessita da supervisão de vários olhares simultâneos, a equipe o faz, utilizando máscaras, álcool em gel, em espaço arejado, mantendo distância de 1,5 metro entre as pessoas.

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