quarta-feira, 5 de maio de 2021

Governo admite que só comprou metade das doses de vacinas anunciadas

O Ministério da Saúde (MS) anunciou um número maior de vacinas contra a Covid-19 do que realmente foi contratado. A pasta admitiu ter divulgado um número superestimado. Tanto em peças publicitárias, quanto em discursos do próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a informação divulgada era que de o país teria comprado mais de 560 milhões de doses.
O  Ministério da Saúde  respondeu a um questionamento do Congresso Nacional e admitiu que o número realmente contratado é, na verdade, metade do anunciado: 280 milhões de doses. As informações são de reportagem do Estadão. Na resposta, a área técnica do ministério informou que já havia 281.023.470 doses contratadas e disse que 281.889.400 estão “em fase de negociação”.
Entre as peças publicitárias que divulgavam informação superestimada sobre vacinas está um vídeo publicado no Twitter no dia 24 de março. A duração era de 30 segundos e o vídeo informava que “já foram comprados mais de 560 milhões de doses” de vacinas. O Estadão lembra que passados alguns dias, em 31 de março, o ministro Marcelo Queiroga repetiu o número.
“O governo federal já tem contratados mais de 560 milhões de doses de vacina”, disse ele, após reunião do comitê de combate à covid, que reúne Executivo, Legislativo e Judiciário. “(Mas) é claro que não dispomos dessas doses no departamento de logística do Ministério da Saúde, até porque há uma carência de vacinas a nível internacional.”
Segundo a matéria, entre as doses que ainda estão em negociação pelo Ministério, a maior parte são doses do imunizante de Oxford/AstraZeneca/Fiocruz. Segundo a pasta, são esperados 210 milhões de unidades até o fim do ano, mas até hoje não há contrato assinado que garanta toda essa produção.

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