terça-feira, 30 de junho de 2015

Seminário Evasão no Ensino Superior começa com debates, cases e troca de experiências

O evento, organizado pela Universia Brasil, apresentou soluções efetivas para combater a evasão nas instituições
Cerca de 150 pessoas, entre líderes das instituições de ensino e especialistas na área educacional, participaram do primeiro dia do Seminário Evasão no Ensino Superior Brasileiro, nesta quinta-feira (18), em São Paulo. O evento, organizado pela Universia Brasil e sob a curadoria do expert no assunto, professor Oscar Hipólito, foi marcado pelo compartilhamento de opiniões, problemas e possíveis soluções efetivas que combatam esse obstáculo.
Embora o Brasil tenha registrado um crescimento de 5,5 milhões de estudantes matriculados nas universidades nos últimos 15 anos, a evasão no Ensino Superior ainda atinge 25% dos alunos na rede privada e 12% na rede pública.
O seminário foi aberto pelo Diretor Geral Universia Brasil, Luis Cabañas, que explicou que a iniciativa nasceu a partir de uma conversa com o professor Oscar Hipólito. “Quando descobrimos que a evasão afeta tanto as instituições particulares como as públicas, achamos que fazia parte da nossa missão construir um seminário como esse, que busca agregar valor para o mundo acadêmico”, disse.
O professor e reitor da USP, Marco Antônio Zago, concordou que o tema é um dos mais relevantes e ao qual tem se dado pouca atenção: “a evasão parasita todo o sistema e traz consequências ruins para o ensino privado, público e para a sociedade.”
Para o professor e ex-reitor da Universidade de Salamanca Ignacio Berdugo, “uma instituição é diferente da outra, mas, às vezes, a causa está em nós mesmos, por isso, precisamos encontrar respostas para esse problema”.

Início do seminário

Ao realizar um panorama do setor educacional superior no Brasil, o professor Oscar Hipólitoexplicou que as instituições privadas tem o índice de evasão maior do que as públicas. Entre as principais causas gerais do problema enumeradas por ele estão: inadaptação ao ensino superior por falta de maturidade do aluno, formação básica deficiente, dificuldade financeira, irritação com a precariedade dos serviços oferecidos, falta de motivação e atenção dos professores e mudança de curso.
Com relação às possíveis soluções de combate ao problema, Hipólito sugeriu estabelecer um grupo de trabalho encarregado de reduzir a evasão, avaliar as estatísticas e as causas, criar condições que atendam aos objetivos que atraíram os alunos, entre outros.

Cases

Os presentes tiveram detalhes de um exemplo de projeto de combate à evasão criado pela Universidade Anhembi Morumbi. Segundo a reitora de EAD da Laureate Brasil, Josiane Maria de Freitas Tonelotto, o objetivo da experiência é “entender o que acontece com estudantes e saber o que o leva a abandonar o curso”. Trata-se do “Projeto Calouro”, que está em sua sexta edição e é destinado a estudantes do primeiro ano. Um dos resultados do projeto foi a constatação de uma redução na evasão dos alunos na instituição.
O professor e vice-reitor sênior e decano de graduação da Universidade de Miami, William Scott Green, trouxe ao seminário o exemplo do programa de combate à evasão implantado na instituição note-americana. Segundo ele, “as universidades precisam admitir apenas os estudantes que sejam apropriados para a instituição, dessa forma, elas podem reduzir a evasão ao nível mais baixo possível.”
O debate sobre a educação personalizada é antigo, mas com a tecnologia, tornou-se possível. Essa foi a proposta da palestra ministrada por Eduardo Bontempo, co-fundador da Geekie Games, empresa que desenvolve tecnologia para a área educacional. “A tecnologia permite uma personalização do processo de aprendizagem de cada aluno de uma maneira simples, barata e escalável”, explicou Bontempo.

Fies

o ser questionado se a falta do financiamento estudantil pode impactar na evasão, o professor Oscar Hipólito disse que não há dúvidas de que sem o Fies, o problema pode se agravar ainda mais já que o aluno fica sem recursos para se sustentar e acaba abandonando a instituição.
A gestão e monitoramento dos alunos é uma tarefa importante no combate à evasão. Segundo oprofessor Christian Ortega, Vice Presidente Customer Experience Laureate USA, os professores e líderes das instituições precisam estar capacitados para responder os motivos que levaram o aluno a abandonar a universidade. “Precisamos nos colocar no lugar dos estudantes e saber que a questão deve ser tratada de forma individualizada e não generalizada”, disse.
Ele explicou um método criado pela Laureate para ser eficiente no contato com os estudantes e conseguir se conectar à forma como eles se expressam. Segundo Ortega, dessa forma, a instituição consegue encontrar o problema para providenciar o tratamento e encontrar as soluções.
Uma nova área da tecnologia que trabalha com modelos preditivos para automatizar o processo de identificação de estudantes considerados em risco de evasão foi apresentada pelo diretor do Dot Group, Rubens Oliveira. “O Modelo Preditivo de Evasão, sistema que foi desenvolvido no exterior, precisa ser tratado individualmente porque cada instituição tem sua especificação.”

Os participantes

Para Ildo Silva, assessor de inteligência competitiva da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), “a proposta do seminário é extraordinária e ocorre em um momento oportuno”.
Já a reitora da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Gioconda Martinez, disse que é grande a relevância de um evento que discuta a questão. “É importante conhecer mais afundo as experiências de líderes de outras instituições porque nos ajudam a adotar medidas de combate à evasão na nossa unversidade”, falou.
Nesta sexta-feira (19), acontecerá o segundo dia do Seminário Evasão no Ensino Superior Brasileiro com palestras ministradas por outros grandes líderes de instituições e especialistas da área educacional sobre os temas: evasão no ensino à distância, financiamento estudantil, além de uma mesa de debate.

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