sexta-feira, 2 de junho de 2017

Sem atenção às questões básicas Ilhéus é a 61ª entre as 150 cidades mais violentas do Brasil

A bela Ilhéus sofre pela inapetência dos seus gestores
O ranking das 150 cidades mais violentas do Brasil, publicado em 25 de agosto de 2016, pela revista Exame (Abril), volta às manchetes no dia 19 de maio deste ano, destacando que não houve avanço, pelo menos na Bahia, na área de segurança. Ilhéus ocupa a posição 61, conforme destaca o infográfico da revista (http://exame.abril.com.br/brasil/as-150-cidades-mais-violentas-do-brasil/). Mata de São João, reduto de destinos paradísiacos como a Praia do Forte e a Costa do Sauípe, tem um alarmante título: o de cidade com o maior número de mortes por armas de fogo no Brasil.
A vizinha Itabuna, distante apenas 28 KM de Ilhéus, se mantém na 13º posição seguida de Porto Seguro na 14ª. O Mapa da Violência do Brasil – 2016, analisou crimes do tipo cometidos entre 2012 e 2014 em cerca de 3 mil municípios brasileiros que juntos concentram 98% dos homicídios do país.
Os investimentos na área de segurança, pelo Estado são tímidos restritos a aquisição de viaturas, contratação de Policiais Militares e ações pontuais que não são suficientes. Em 2014 o Governo da Bahia iniciou o plano operacional para a Copa do Mundo, com investimentos de R$ 69,2 milhões da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (Sesge/MJ). As ações ficaram restritas a Região Metropolitana, porque o foco era o torneio internacional da Fifa. 
O sociólogo Julio Waiselfisz, coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais, chama atenção para o “turismo predatório” para justificar a violência. “Nos municípios com grande visitação nos finais de semana e muitas pessoas apenas vistam a cidade para beber ou festejar, ou seja, muito álcool, drogas e isso aumenta a violência,” afirma.
Infância no lixo: a violência é resultado
do o esfacelamento do tecido social  
Por sua vez o Ministério Público/BA e setores organizados da sociedade destacam que as ações voltadas ao combate a criminalidade não são eficientes se isoladas, desarticuladas da atuação dos demais atores do sistema de justiça criminal. A Bahia e, principalmente Ilhéus, carece de investimentos em todas as áreas, notadamente na saúde, educação e infância e juventude. Ações que permitam atuação integrada para aumentar a eficiência e que resultem em soluções mais rápidas e facilite a interlocução na solução dos problemas com a sociedade. 
Em Ilhéus, além da fragilidade social pela total ausência de Políticas Públicas a inaptidão de gestão para com o setor impacta. Com cerca de 80 KM de orla, a cidade não dispõe de programas desportivos voltados para o crianças e adolescentes. Nos bairros, as poucas áreas de convivência estão tomadas pelo mato, lixo e pelo descaso.
As poucas áreas de convivência  está fora do alcance da
 população. Falta gestão sistêmica 
O Ginásio de Esportes Herval Soledade serve para celebração de cultos religiosos e quando, por iniciativa isolada, são promovidas atividades desportivas a quadra está encharcada por chuva, os árbitros e os professores são obrigados a fazer a limpeza. Em viários pontos da cidade construções de praças esportivas se arrastam com vistas ao calendário eleitoral. 
Após o fatiamento da Policia Militar baiana em Companhias Independentes, uma destas unidades foi instalada na Avenida Soares Lopes, no centro e, com isso e a competência dos seus comandantes, os indicies de violência no local foram reduzidos. Recentemente, em consequência do “contingenciamento” orçamentário do Estado (cortes de recursos) e a falta de visão sistêmica da Prefeitura Ilhéus, a Companhia Independente da PM foi levada para uma casa no alto dos Carilos, local distante e que coloca em risco até mesmo a integridade dos policiais. Os assaltos e roubos no Centro deram um salto.
Ruas escuras com iluminação precária
A falta de respeito aos cidadãos amontoados em nos corredores
dos hospitais por falta de aparelhamento nos Postos de Saúde
A segurança pública – assinalam os Conselhos de Segurança de Curitiba e Santa Catarina - é o estado de normalidade que permite o usufruto de direitos e o cumprimento de deveres, constituindo sua alteração ilegítima uma violação de direitos básicos, geralmente acompanhada de violência, que produz eventos de insegurança e criminalidade. É um processo, ou seja, uma sequência contínua de fatos ou operações que apresentam certa unidade ou que se reproduzem com certa regularidade, que compartilha uma visão focada em componentes preventivos, repressivos, judiciais, saúde e sociais. É um processo sistêmico, pela necessidade da integração de um conjunto de conhecimentos e ferramentas estatais que devem interagir a mesma visão, compromissos e objetivos. 
Deve ser também otimizado, pois dependem de decisões rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos. Sendo a ordem pública um estado de serenidade, apaziguamento e tranquilidade pública, em consonância com as leis, os preceitos e os costumes que regulam a convivência em sociedade, a preservação deste direito do cidadão só será amplo se o conceito de segurança pública for aplicado. A segurança pública não pode ser tratada apenas como medidas de vigilância e repressiva, mas como um sistema integrado e melhorado envolvendo instrumento de prevenção, coação, justiça, defesa dos direitos, saúde e social. O processo de segurança pública se inicia pela prevenção e finda na reparação do dano, no tratamento das causas e na reinclusão na sociedade do autor do ilícito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário