O processo de construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) segue o cronograma previsto, com as obras iniciadas nos quatro primeiros lotes entre os municípios de Ilhéus e Caetité. O andamento dos trabalhos foi avaliado durante encontro realizado na Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Participaram da reunião a secretária da Casa Civil, Eva Chiavon, os secretários da Educação, Osvaldo Barreto, e da Indústria Naval e Portuária, Carlos Costa, além do assessor especial do governador, Edmon Lucas, e de representantes da Valec Construções e Ferrovias S.A, do governo federal e dos consórcios responsáveis pelas obras.
No lote 1, próximo a Barra do Rocha, foi iniciada a terraplanagem. Nos lotes 2 e 3 estão sendo implantados os canteiros e, no 4, começou a produção de aduelas e premoldados. Segundo o presidente da Valec, José Francisco Neves, a obra atingirá o auge em agosto, quando 17 mil pessoas deverão estar trabalhando nos canteiros, e outras 50 mil em atividades indiretas. “As obras estão muito bem. Os investimentos são altos e, em breve, os baianos vão sentir a força disso tudo.”
Durante o encontro ocorrido na segunda-feira (4) foi definido que o Governo do Estado desenvolverá ações para apoiar a execução do projeto como a realização de cursos de capacitação, por meio do Sistema de Intermediação para o Trabalho (SineBahia).
“Vamos fazer uma programação para a qualificação da mão de obra, implementando o trabalho que já está sendo feito pela Setre (Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte), inclusive com a preparação de operadores de máquinas,” explicou Eva Chiavon.
Segundo a secretária, que coordena o grupo de trabalho de acompanhamento das obras da Fiol, outra ação será a elaboração do plano de atração de investimentos privados ao longo da ferrovia.
Na reunião também foram discutidas questões ligadas a licenças ambientais e processos de desapropriação. “Está tudo correndo bem. O planejamento está sendo executado e, a cada um mês e meio, vamos realizar encontros como esse para avaliar a situação e evitar que a obra sofra atrasos”, afirmou.
Trabalho com carteira assinada
Nas margens da BR-030, próximo à cidade de Brumado, 100 homens finalizam a montagem do canteiro administrativo da construção do lote 4 da Ferrovia de Integração Oeste Leste. Dali será coordenada a execução deste trecho da obra, entre Caetité e Sussuarana, com 178 quilômetros de extensão e investimento de R$798 milhões.
A 60 quilômetros da cidade, na comunidade rural de Ubiraçaba, outros 400 operários trabalham na fabricação de aduelas e premoldados. No terreno ao lado, máquinas preparam o solo, e aos poucos o sonho da ferrovia sai do papel. Para Antônio Correia, que trabalha como armador, esse é o primeiro emprego com carteira assinada e um salário maior que o mínimo.
“Pra gente que fica na roça trabalhando sob o sol quente pra ganhar R$10, R$15 por dia, essa oportunidade é uma redenção. Tenho carteira assinada, todos os benefícios e certeza de que vou receber. Agora posso planejar melhor as coisas e oferecer uma vida melhor à família”, disse.
Noventa por cento dos operários contratados são de Brumado e região, segundo informações do consórcio responsável pela construção do lote 4. Eles são selecionados pelo SineBahia, que atua junto às empresas identificando as vagas, divulgando as oportunidades nos municípios e selecionando currículos.
Obras já movimentam economia
Na cidade, o início da obra já movimenta a economia. E os setores de serviços, comércio e imóveis se preparam para o crescimento da demanda. No ramo da alimentação, as oportunidades também são muitas. Um exemplo é a empresária Inês Silva, que abriu um restaurante para fornecer marmitas aos operários, o negócio deu certo e ela prevê a contratação de 30 funcionários. “Vou precisar de cozinheiras, chefe de cozinha, saladeiras e trabalhadores para limpeza geral”.
As ofertas de emprego são tantas que na papelaria da cidade o item mais procurado é o modelo de currículo. O dono da loja calcula ter vendido mil unidades em menos de 15 dias.
A construção dos primeiros trechos da Fiol vai durar dois anos. Quando estiver concluída, a ferrovia vai ligar as cidades de Figueirópolis, no estado do Tocantins, a Ilhéus, no sul da Bahia, criando uma importante alternativa para o transporte de cargas no estado.
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