segunda-feira, 6 de junho de 2011

Não vos deixarei órfãos

“Não vos deixarei órfãos: voltarei para vós” (Jo 14, 18). 
Esta a magnífica promessa de JESUS aos seus discípulos no discurso por ocasião da Ceia da despedida. Diante da tristeza imensa que já lhes enchia o coração e na perspectiva das alegrias que os aguardavam, ele usou a estupenda comparação do sofrimento da mulher antes do parto e sua felicidade ao ter dado à luz um ser humano (Jo 16, 21-22). Mais uma honrosa distinção conferida por Jesus a mulher, pela comparação! E ele cumpriu esplendorosamente o prometido: 
“Ao chegar o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído semelhante a uma forte ventania e encheu toda a casa onde estavam. E apareceram-lhes línguas como de fogo, que se repartiam, pousando sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia se expressar.” (At 2, 1-5) 
O fato se deu na festa de Pentecostes, quando numerosos judeus vindos de todo o mundo mediterrâneo, comemoravam a Aliança do Senhor no Sinai, através de Moisés, mais de um milênio atrás. A descida do Espírito Santo era a confirmação da Nova Aliança com JESUS por mediador. O fato de os Apóstolos se fazerem entender então por povos das mais diversas línguas, contrasta com a confusão ocorrida com a desatinada construção da torre de Babel, quando pela confusão dos idiomas ninguém mais se entendia. O Cristianismo quer justamente trazer o contrário: a união de todos os povos mediante a LINGUAGEM DO CORAÇÃO, DO AMOR, essência dos ensinamentos de JESUS. Até aquele momento, não obstante os repetidos aparecimentos do MESTRE, após a sua Ressurreição, os Apóstolos andavam apavorados com as possíveis represálias dos judeus e dos romanos. Agora, porém, ao sopro do Espírito Santo, o comportamento deles se muda radicalmente. E Deus confirma suas atividades missionárias através de numerosos prodígios. 
Com a primeira pregação de Pedro, no mesmo dia de Pentecostes, 3.000 judeus pedem o batismo e pouco depois, em seguida a outra pregação, 5.000 se tornam cristãos. Como a pequenina semente de mostarda da parábola evangélica, a qual brota e se transforma numa árvore capaz de acolher as aves do céu, com seus ninhos, a modesta comunidade dos seguidores de JESUS vai desenvolver-se e expandir-se por todos os quadrantes da Terra. A atuação missionária dos Apóstolos, nomeadamente São Paulo em suas quatro viagens, foi decisiva. 
Em breve, a Igreja se expande pela Ásia, a Europa, todo o Império Romano. Prisões, açoites, condenação a vários gêneros de mortes cruéis por iniciativa de poderosos inimigos do nome de JESUS foram o preço a pagar pelos primeiros missionários ou simples seguidores do Divino MESTRE. O Imperador Nero, por exemplo, além de outras desumanidades, chegou a fazer cristãos arderem como tochas para iluminar os
espetáculos da arena romana. Multidões de mártires, entre homens, como, por exemplo, exceto São João, todos os Apóstolos segundo a tradição; o diácono Santo Estevão apedrejado, e tantos e tantas mais.Foi somente no ano 313, com o Edito de Milão pelo Imperador Constantino, que a Igreja começou a fruir da liberdade em toda a vastidão do Império Romano. E de então até hoje, sob o impulso do Espírito Santo, ela avança firme através dos séculos, ora dando autêntico testemunho do seu Divino Fundador, ora nem tanto, segundo o grau de sua docilidade ao sopro de Pentecostes. O mesmo sucede com relação aos cristãos individualmente, devendo-se, ora deplorar o mau procedimento daqueles que, como o joio infestam a divina seara, ora enaltecer a conduta de pessoas maravilhosas que com seu exemplo e atuação honram a JESUS e beneficiam a humanidade. 
Hoje em dia, contudo, a humanidade estarrecida começa a colher os amargos frutos de seu afastamento, como um todo, do Espírito de Pentecostes, das diretrizes do Evangelho de JESUS, a saber, “a busca primeiro do Reino de Deus e de sua Justiça”, deixando-se levar, ao contrário, pelo egoísmo, a ânsia desenfreada dos bens terrenos. O ar e as águas se acham mais e mais poluídos; a terra se aquece; as florestas são devastadas; as aves, os peixes, diversas outras espécies animais e vegetais desaparecem; na comunidade humana os lares se desmoronam; os jovens privados da educação no lar, voltam-se para as drogas e a criminalidade; armas atômicas de destruição em massa ameaçam passar mais e mais para as mãos de chefes de nações irresponsáveis e de terroristas suicidas. 
Por isso, com um olhar angustiado, mas cheio de esperança, voltado para o Alto, nossa morada, sentimo-nos impelidos a repetir com os primeiros cristãos: MARANATHA! Vinde, Senhor Jesus! Vinde, Senhor Jesus! 
Salvai a humanidade em perigo, salvai-nos, com vosso amor, com vossos ensinamentos, fazendo-nos experimentar mais uma vez o infinito poder do vosso Espírito, somente ele capaz de tocar o mais profundamente os corações e renovar a face de terra. Vinde, Senhor Jesus! 


Este é um capítulo do livro: JESUS, O VERBO ENCARNADO, a ser
publicado pela EDITORA SANTUÁRIO, APARECIDA.Obséquio retrasmitir !
PROF.LIMA

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