terça-feira, 2 de agosto de 2011

Saúde: entre a boçalidade e o caos

Foi por falta de médicos plantonista cirúrgicos que obrigou a transferência, na madrugada desta segunda-feira (1), de oito pacientes da cidade de Ilhéus, do Hospital Geral Luiz Viana Filho, para que fossem atendidos em Itabuna, no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães.
No final da semana passada uma gestante pariu o seu bebê, debaixo de chuva e do frio da madrugada,  na calçada da única Maternidade Pública, ainda em funcionamento na cidade de Ilhéus.
Em Itabuna os Hospitais mínguam enquanto os pacientes são devolvidos para o seus lugares de origem por conta da burocracia pernóstica e bocal com que se trata o problema da saúde.
Mas o problema não está apenas na Região Sul da Bahia.

Caótica é um termo que define bem a situação da saúde na Bahia.
Discutir de quem é a culpa, se do Município ou do Estado, é falácia para fugir a responsabilidade.
Nos Hospitais públicos, Santas Casas de Misericórdia ou Postos de Saúde da Família os problemas são os mesmos. Faltam recursos, falta pessoal, faltam equipamentos, faltam medicamentos, falta vontade, mas falta, sobretudo, competência de gestão.
O Governo da Bahia demonstra que não tem rumo e a política da Saúde, na Bahia é confundida com a pratica de política na saúde cujas discussões esvaziam-se na retórica servil da ideologia de poder.
Uma lástima para quem paga caro com os seus impostos e depois, por não ter opção, paga com a própria vida.
Enquanto os secretários de Saúde do Estado e dos Municípios  trocam acusações e usam números para justificar suas razões, o povo sofre e até morre. Uma situação que não se restringe na estadualização do combalido Hospital de Base, em Itabuna, ou nos restos sucateados do Hospital Geral Luiz Viana Filho, em Ilhéus.
Basta passar pelas portas dos postos de saúde e hospitais de Salvador, onde o caos cresce a cada dia numa realidade simplesmente desumana.
O sucateamento da saúde é um fato. Voltemos para Ilhéus e a Itabuna para ver, in-loco, o drama de crianças, homens, mulheres e idosos que, por necessidade, procuram atendimento na rede pública. Seja em posto municipal ou hospitais do estado ou do município.
A situação é a mesma. São pessoas e seus dramas, suas dores e problemas sendo obrigadas a esperar horas e horas por um atendimento que, muitas vezes, não ocorre ou é feito de forma precária.
A situação é verdadeiramente boçal. Nas entrevistas as autoridades apresentam números, reconhecem o problema, fazem promessas e, depois, sorrateiramente, tiram o braço da seringa.
O cínico discurso de “heranças”, dos governos anteriores e dos programas e gestões mal aplicados não se aplicam porque todos os gestores, eleitos ou indicados, tem a responsabilidade para resolver os problemas encontrados. É para isso que estão aí.
Cabe a justiça julgar e condenar culpados por desmandos praticados.
Tanto é verdade que ninguém anuncia quanto essa falta de respeito para com o povo doente vai acabar

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