segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Farinha de pupunha pode ser usada na alimentação humana

Farinha de pupunha pode ser usada na alimentação humana O uso de frutos da pupunha para alimentação humana e ração animal será tema de uma das mesas-redondas programadas para o 1º Seminário Brasileiro da Pupunheira (Simbrap), que se realizará de 27 a 30 deste mês no Centro de Convenções Luis Eduardo Magalhães, em Ilhéus, a 433 quilômetros ao sul de Salvador. O evento reunirá especialistas e pesquisadores nacionais e estrangeiros, além de produtores e representantes da cadeia produtiva da pupunha – palmito, frutos e madeira do estipe da pupunheira.
Organizada pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia (Seagri) e Fundação Pau Brasil, o evento apoiado por instituições públicas federais, estaduais, municipais e do agronegócio palmito-pupunha. A expectativa de público é estimada em 400 pessoas, já que está aberto a universitários dos cursos de Agronomia, Zootecnia, Biologia, Nutrição, Medicina e Medicina Veterinária, dentre outros.
Ao todo 28 palestras com pesquisadores convidados e 10 apresentações orais na área temática palmito, frutos e madeira serão proferidas, segundo a coordenadora do 1º Simbrap Maria das Graças Conceição Parada Costa Silva, pesquisadora da Ceplac no Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec). Além disso, haverá exposição de 28 pôsteres com trabalhos técnicos e o lançamento do livro “Palmeiras para Produção de Palmito”, organizado pelo pesquisador da Embrapa Álvaro Figueiredo, com a participação de Cirino Corrêa Junior e Edinelson José Maciel Neves.
No Sul da Bahia, as plantações de palmito se estendem desde Itaji, no sudoeste, a Belmonte, no litoral. O que limita a expansão de cultivos é escassez de sementes. Atualmente há entre quatro e cinco mil hectares de pupunha na Bahia. Em 1982, a Ceplac recebeu as primeiras sementes de pupunha para fins de pesquisa na Estação Experimental Lemos Mais, no município de Una.
Naquela época, o palmito de pupunha não estava em evidência por que a preferência era palmito de juçara ou de açaí, nativos e de extrativismo. Mas agora o de juçara só pode ser colhido se tiver Plano de Manejo, caso contrário é crime por estar na lista de espécies em extinção. O que se pode aproveitar é o fruto para produção de polpa à semelhança do açaí.
O preço por haste colhida para produção de palmito de pupunha varia entre R$ 1,00 e R$ 1,50 e o agricultor pode colher até 10 mil hastes por hectare, a partir do segundo ou terceiro corte da palmeira.
A massa da pupunha é rica em betacaroteno e carboidratos, sendo alimento rico e de primeira qualidade. Apesar da falta de tradição de consumo do fruto, o uso experimental da farinha de pupunha começa a ser desenvolvido, a partir de um tratamento adequado, com o aproveitamento desse alimento para se produzir o tudo o que se faz com o milho, a exemplo de mingaus, bolos, biscoitos, sucos, etc.
O Centro de Pesquisas do Cacau da Ceplac realiza pesquisa conjunta com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) para aproveitamento da farinha de pupunha na alimentação de frangos, enriquecendo a ração animal, a exemplo de experiências já em andamento na Costa Rica usando frutos. Com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano) se estuda a silagem de frutos e o processamento da pupunha para fabricação de amido, para uso em pães e biscoitos.
As inscrições ao evento podem ser feitas na página da Ceplac, na Internet. O 1º Simbrap conta com o apoio da Embrapa, IF Baiano, Banco do Nordeste, Senar, Sebrae, Secretaria da Agricultura, Reforma Agrária e Irrigação da Bahia (Seagri), EBDA, ADAB, Bahiatursa, Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), Associação Brasileira de Horticultura, Sociedade Brasileira de Fruticultura, Prefeituras de Camamu, Ilhéus, Itabuna, Una e Uruçuca, Inaceres Agrícola, Coopalm, Palmitos Cultiverde, Grupo Gabrielli e Viveiros Flora do Vale.

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