quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Estudo que a hanseníase é uma doença negligenciada em Ilhéus

Professora Ana Lavinsky Fontes
Tese da Dra. Ana Fontes indica, no município, doença endêmica com a presença significativa de casos de formas contagiantes em razão do diagnóstico tardio.
"Cartografia da micropolítica do cuidado a pessoa vivendo com hanseníase" é o titulo da tese defendida pela professora e doutora em Ciências na Enfermagem em Saúde Pública, Ana Maria Dourado Lavinsky Fontes, do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). O estudo foi desenvolvido no município de Ilhéus e teve como objetivo "Cartografar como funciona a produção do cuidado ao portador de hanseníase, em um território endêmico."
A defesa da tese ocorreu em sessão pública, no dia 16 de dezembro, no Programa de Enfermagem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP). A professora Ana Lavinsky Fontes adverte que "a hanseníase ainda constitui um grave problema de saúde coletiva. O bacilo de Hansen afeta a pele, os nervos e periféricos podendo causar deformidades caso não seja diagnosticada precocemente. Apesar de fácil diagnóstico e tratamento eficiente, parte dos portadores de hanseníase chega ao serviço com algum grau de incapacidade física."
Pesquisadora defendendo a sua tese
"O Brasil apresenta indicadores desfavoráveis sendo o 2º país do mundo em prevalência de casos. No município de Ilhéus a hanseníase apresenta um comportamento endêmico com a presença significativa de casos de formas contagiantes, fato que indica diagnóstico tardio. Apesar do Ministério da Saúde recomendar e estabelecer como prioridade a descentralização das ações de controle da hanseníase para a rede de atenção básica, o atendimento às pessoas vivendo com hanseniase em Ilhéus ainda está centralizado no Centro de Atenção Especializada (CAE III), fato que dificulta o acesso aos usuários e a detecção precoce de casos," avalia a professora.
A pesquisadora chama atenção sobre os resultados da pesquisa, os quais "apontam que a hanseníase no Município de Ilhéus ainda é uma doença negligenciada apesar do serviço dispor de uma equipe de profissionais qualificados e comprometidos com o cuidado que dispensam a essas pessoas," conclui Ana Maria Lavinsky Fontes

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