sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Mãe que matou as filhas diz a polícia que não está arrependida


A Policia Civil de Itaquaquecetuba divulgou nessa quarta-feira (10) o depoimento da mãe suspeita de matar as filhas em casa. Segundo a polícia, a dona de casa afirmou que não está arrependida e que já havia tentado enforcar uma das filhas outras duas vezes.
No depoimento a mãe assume o crime e detalha como matou as filhas na quinta-feira (4). “Peguei a minha filha Laura, coloquei em cima da cama, ai depois peguei, estrangulei ela em cima da minha cama, depois estrangulei a Isabela em cima da cama dela”, detalha.
No final do vídeo o policial civil pergunta o que teria motivado a suspeita a cometer os crimes. "“Não tive nenhum motivo”, ela diz. O policial civil complementa: Você está arrependida? Ela responde: “Não”. 
O delegado Seccional, Marcos Batalha, afirmou que pessoas que cometem crimes como estes, devem ser submetidos a exames psicológicos. “Tem que ter algo por trás disso. Um estado de depressão profunda ou uma doença mental. Acho que no curso do processo, antes de submeter uma pessoa que mata os próprios filhos a um julgamento, tem sim que ser feito um exame para avaliar o estado psíquico dessa pessoa. Porque o que ela fez, nós, seres humanos, não aceitamos, é inadmissível. Não dá para compreender uma atitude dessa”, avaliou.
O caso
A mulher foi presa na manhã de sexta-feira (5) depois de ter se jogado na frente de um táxi e de ter sido levada para o Hospital Geral de Guarulhos. Segundo a polícia, Patrícia de Jesus Silva, de 33 anos, confessou os crimes.
As irmãs foram encontradas mortas no fim da tarde de quinta-feira (4). "Nós a interrogamos e ela acabou confessando que matou as duas meninas. Ela retratou com clareza o que aconteceu. Matou primeiro a mais nova, tirou do berço, colocou na cama e estrangulou. Foi, pegou a outra e também estrangulou. O objetivo dela era colocar as duas na cozinha, abrir o gás e morrer também por asfixia. Não conseguiu. Ela foi até o banheiro, se esfaqueou, mas não conseguiu", detalha o delegado Ela tentou se matar, mas não conseguiu, ainda de acordo com o delegado Deodato Rodrigues Leite.
De acordo com a polícia, depois dos crimes e das tentativas frustradas de suicídio, a mulher trancou a casa e saiu. "Foi embora, primeiro para Arujá e depois para Guarulhos. Aí se jogou contra o taxi".
Durante o interrogatório, a mãe não explicou o motivo dos crimes, mas disse que não foi a primeira vez, de acordo com o delegado. "Já tentou uma outra vez quando estava grávida do segundo bebê. Ela tentou contra a vida da mais velha", diz o delegado. "Não senti emoção, arrependimento. Total apatia, frieza e não era a primeira vez. É o que mais choca", continua.
De acordo com Leite, a mulher vai responder por duplo homicídio. "Assumiu o que fez. Testemunhas presenciaram ela saindo da cena do crime, a casa estava trancada, o local foi periciado. Existem provas contundentes, além da confissão."
Sobre o comportamento da mãe, segundo a polícia, apenas o pai tinha percebido uma mudança. "O marido só que nos reporta que ela estava meio distante, meio aérea. Os vizinhos dizem que era uma família normal, que ela tratava bem as crianças."
O cunhado dela, Rogério Fernandes Lima, contou ao G1 que ela é uma mulher reservada e não era de amizades e brincadeiras, mas bem equilibrada. “Eu não a vi nos últimos dias, mas minha mãe e o meu irmão (pai das crianças) disseram que ela estava mais quieta e calada nos últimos dias.”

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