A Justiça Eleitoral atestou, em solenidade realizada quarta-feira (14), no auditório do Fórum Epaminondas de Castro, que os candidatos foram efetivamente eleitos pelo povo de Ilhéus e, por isso, estão aptos a tomar posse no cargo, em janeiro. Bonito o ensaio democrático não fosse o trágico e largo sorriso de cada um dos eleitos diante dos fatos que seriam efetivados, na tarde do mesmo dia, pela egrégia casa legislativa municipal.
Os largos e fartos sorrisos estampados nas faces reluzentes dos recém diplomados contrasta com esquálida palidez econômica da sociedade eleitora-contribuinte estarrecida ao ver-se sangrando pela insciente e inábil aprovação de um reajuste da ordem de 27% nos soldos dos gestores que serão empossados.
Com o plenário vereador Gilberto Fialho, no Palácio Monsenhor Theodolindo Ferreira, semi-deserto, o contribuinte-eleitor - mais contribuinte – soube que o salário dos futuros gestores pulou para cerca de R$ 13 mil ao mês.
Foram declarados, pela Justiça Eleitoral, eleitos prefeito, vice prefeito, vereadores e suplentes com as atribuições legais bem definidas, mas em princípio o fundamental do agente político é defender o interesse público, buscar a melhoria da qualidade de vida dos munícipes, assegurar direitos a todos os cidadãos. Fica difícil crer. Impossível confiar.
Não.
Definitivamente não da para confiar.
Não discuto a legalidade da medida. Refiro-me a insensatez diante deste momento vivido pelos brasileiros, brasileiras e agregados. Pela manhã o atual prefeito anunciava um seqüestro judicial de receitas do município, antes disso o congresso tinha aprovado medidas radicais para conter a sangria publica.
Visto por este ângulo, por mais legal que tenha sido a aprovação do aumento dos salários dos futuros vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários municipais é insensata. Toda insensatez é imoral. O que é imoral denigre tende a corroer o principio fundamental dos eleitos.
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