domingo, 12 de novembro de 2017

Eventos da Academia de Letras de Ilhéus

 Trata-se a Academia de Letras de Ilhéus, de um Templo da inteligência e do espírito - e desde sua fundação passaram, assim como também hoje estão, e são, intelectuais do mais alto quilate, pessoas exponenciais no cenário cultural e literário de Ilhéus e da Bahia, além dos que extrapolam fronteiras e galgam o reconhecimento nacional e internacional. Por isso vale registrar as notícias, os movimentos da “Casa de Abel”, como carinhosamente é chamado aquele sodalício, em homenagem a Abel Pereira, que a fundou nos idos de 1954, acompanhado por alguns sonhadores idealistas à exemplo de Nelson Schaun, Leones da Fonseca, Wilde Oliveira Lima, Jorge Amado, Paulo Cardoso Pinto, Ramiro Berbert de Castro, Adonias Filho, dentre outros. Vamos às nossas notas:

MARIA LUÍZA HEINE LANÇA LIVRO DIA 13 DE NOVEMBRO NA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS.
A Academia de Letras de Ilhéus e a Editora Via Literarum, convidam para o lançamento do livro “Política Nacional de Educacão Ambiental: entre a lei e a realidade”, de Maria Luiza Heine, no próximo dia 13 de novembro ( segunda-feira), às 17 horas, na sede da ALI - Rua Antônio Lavigne de Lemos, 39 - centro, Ilhéus-Bahia - (73) 3231-1612. O livro é resultado do trabalho desenvolvido no seu curso de Doutorado em Educação realizado na UNEB, quando desenvolveu pesquisas em 12 escolas públicas da zona sul da cidade de Ilhéus, com tese defendida em 2013. A autora é membro da Academia de Letras de Ilhéus, professora visitante da Universidade do Estado da Bahia – UNEB - com atuação no mestrado profissional em Educação - GESTEC, e professora Titular na Universidade Tiradentes em Aracajú. 
ALEILTON FONSECA FEZ PALESTRA EM EVENTO DA SORBONNE, E LANÇA TRADUÇÃO FRANCESA DO SEU LIVRO “O PÊNDULO DE EUCLIDES”, EM PARIS.
Aleilton Fonseca, membro da Academia de Letras de Ilhéus, da Academia Baiana de Letras, e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana, participou, na primeira quinzena de novembro, do Colloque Internacional da Université du CREPAL, Amérindianités au Brésil et au Québec: Art, Littérature, patrimoine, les armes d’une reconquête. Integrando as programações do Colóquio - evento promovido pela Universitè Sorbonne Nouvelle- Paris 3, em parceria com o Mestrado em Estudos Literários/UEFS - Aleilton participou de mesa redonda sobre a Guerra de Canudos, ao lado da professora Rosana Patrício, e realizou lançamento de “O Pêndulo de Euclides”, livro de sua lavra, traduzido para o francês por Dominique Stoenesco com o título “La guerre de Canudos: une tragedie au coeur du sertão” - Editora Petra. 
MARIA SCHAUN REPRESENTOU A ALI NA ABERTURA DA SEMANA TECNOLÓGICA DO CEEP, DIALOGANDO SOBRE NELSON SHAUN. 
Em 6 de novembro p.p. a acadêmica Maria Schaun, que é autora (org) do livro “Nelson Schaun merece um livro”, Editus/ UESC, esteve presente na abertura da Semana Tecnológica do Colégio Estadual de Educação Profissional do Chocolate Nelson Schaun – CEEP, antigo Colégio Estadual de Ilhéus, tendo participado de roda de conversa com professores, alunos e funcionários, sobre a vida e obra de Nelson Schaun, Na oportunidade esteve presente também Socorro Schaun, filha de Nelson, e o Superintendente de Educação Durval Libânio, que falou de seu encantamento com os escritos daquele que foi um dos grandes entusiastas para a criação e fundação da academia ilheense. 
DIA DA CULTURA FOI COMEMORADO PELA ALI EM ATIVIDADE COM ALUNOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
Para comemorar o Dia da Cultura, que transcorre anualmente em 5 de novembro de cada ano - data escolhida por ser a de nascimento de Ruy Barbosa - a Academia de Letras de Ilhéus, por seu presidente André Luiz Rosa, realizou em 7 de novembro p.p., uma visita guiada com alunos do quinto ano da rede municipal de ensino-Colégio Heitor Dias- no Centro Histórico da cidade, percorrendo os cenários ambientados na obra de Jorge Amado. Na oportunidade, foram realizadas rodas de conversas nas praças Ruy Barbosa e Castro Alves, em torno das estátuas dos dois grandes vultos da literatura baiana e nacional, sobre vida e obra dos mesmos. 
NOVA COMPOSIÇÃO DA DIRETORIA DA ALI, ATÉ MARÇO DE 2018.
Com o pedido de afastamento de Pawlo Cidade do cargo de Secretário Geral da ALI, devido a nova função que passou a ocupar na Secretaria de Cultura do Município de Ilhéus- cuja titularidade deve ser oficializada em breve, a acadêmica Jane Hilda Badaró passou a integrar, desde outubro p.p., a diretoria da ALI, que fica assim composta para a gestão que se encerra em 14 de março de 2018: 
André Luiz Rosa Ribeiro- Presidente
Vice- Presidente: Arléo Barbosa
Secretária Geral: Jane Hilda Badaró 
1ª. Secretária: Maria Schaun
2º. Secretário: Josevandro Nascimento
1º. Tesoureiro: Gerson dos anjos
2º. Tesoureiro: Gustavo cunha
Diretor de Biblioteca: Gustavo Lavigne de lemos 
Diretora de Revista: Maria Luiza Nora ( Baísa) 
SEBASTIÃO MACIEL EMPOSSADO NA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS, COM SAUDAÇÃO DE LUIZ PEDREIRA FERNANDES. 
Sabastião Maciel Costa passou a ocupar, a partir de 27 de outubro, a cadeira n. 2 da Academia de Letras de Ilhéus, cujo patrono é Afrânio Peixoto, e ocupante efetivo anterior Cláudio Silveira. O acadêmico Luiz Pedreira fez a saudação. Na mesa condutora da solenidade estiveram o Presidente da ALI André Luiz Rosa, Secretária Geral da ALI Jane Hilda Badaró, Presidente do Lions Clube Pontal- Gilda Porto, Representante da Marinha do Brasil - Capitão de Corveta Uanderson Simoni Lauriano, e prof. José Augusto Carvalho, docente da UESC e membro da Loja Macônica e Resistência. Presentes também os Acadêmicos Arléo Barbosa, Neide Silveira, Jabes Ribeiro, Pawlo Cidade, Neuza Nascimento, Leônidas Azevedo, Anarleide Menezes e Gerson dos Anjos, além de familiares, educadores ilheenses, e amigos do novo imortal. 
RAMAYANA VARGENS FOI ELEITO PARA CADEIRA N. 11 DA ALI, EM 25 DE OUTUBRO P.P.
Eleito em 25 de outubro de 2017, Ramayana Vaz Vargens, logo seja empossado, passará a ocupar a cadeira n. 11 da ALI, anteriormente pertencente a Dorival de Freitas. O eleito é professor, jornalista, gestor, escritor e roteirista. Nasceu em 23 de Junho de 1944, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Olímipio Balduíno da Costa Vargens e Deolinda Vaz Vargens. É neto de João Vargens, um dos fundadores de Camacan, um dos pioneiros de cacau na região. Fez o Ensino Médio e o Fundamental II na Escola Cruzeiro, no Rio de Janeiro. Começa a experimentar a escrita aos 13 anos e desde a juventude envolve-se em vários assuntos culturais, tendo participado do Centro de Cultura Popular da União Nacional dos Estudantes – um importante núcleo de formação da arte e cultura brasileira da década de 60 em diante. Depois entra no grupo de teatro Teatro Jovem, onde fizeram uma das primeiras montagem de Eugène Lonesco no Brasil e a primeira apresentação de Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, antes proibido pela censura há 21 anos. Inicialmente ator, depois interessa-se pela direção, quando começa a escrever peças de teatro. Participou do concurso de peças teatrais do Estado do Rio de Janeiro em 1966 com a adaptação do livro A Revolta da Chibata, de Edmar Morel. Também no Teatro Jovem participou da criação da Feira de Música, que reunia no teatro cantores jovens, com participação de nomes como Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gutemberg Guarabyra.
Durante o período de pré-vestibular, ensinou matemática e geometria analítica em aulas particulares. Prestou vestibular para arquitetura na Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro; mas, por ser militante de esquerda, teve dificuldade de reunir os documentos necessários (que sumiram, como, por exemplo, o processo de registro profissional como jornalista), tendo frequentado como ouvinte durante o primeiro ano. Em 1965, entrou para o Jornal do Brasil como repórter, ocupando posição de destaque na geração de redatores como Affonso Romano de Sant’anna e Hélio Pólvora e colaboradores como Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector, tendo permanecido até 1969. Considera tal período a grande formação em termos literários e culturais; e, para admissão nesse trabalho, fez o curso de formação de repórter, promovido pelo Jornal do Brasil e coordenado por Fernando Gabeira.
Colaborou para diversos suplementos literários do Rio de Janeiro, merecendo destaque a Tribuna da Imprensa, de Hélio Fernandes. Participou da antologia Cacos I, como contista, e Cacos II, como poeta. Líder do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, é preso pela ditadura em 1972e permanece um ano encarcerado. Ao retomar a liberdade, o grupo de teatro Teatro Jovem havia sido desarticulado pelas investidas do governo, e alguns remanescentes montaram o Grêmio Dramático Brasileiro, ao qual se aproximou, trabalhando com Luiz Carlos Maciel e Aderbal Freire Filho.Volta a dar aulas particulares e também ao Jornal do Brasil, mas fica insatisfeito com o jornalismo pelas limitações impostas pelo regime sobre o conteúdo das matérias.
Em seguida, trabalhou para a Editora Bloch, onde foi redator da revista Pais & Filhos. Colaborou, nessa época, para a Folha de São Paulo, a Revista Veja, o jornal O Globo. Participou fortemente da luta pela anistia e contribui para a edição de inúmeros jornais nanicos, até que fossem fechados pelo governo.A condição política do país continuou a causar-lhe desgosto, motivo porque largou todos os empregos e mudou-se para o Arraial do Cabo, reunião dos lagos do Rio de Janeiro, onde foi pescador durante quatro anos, quando também lecionou história na Escola Cardeal Arcoverde e formatou-se como professor regular.
Pretendia mudar-se para a África, mas, no final de 1979, foi trabalhar como Gerente de Bem-Estar Social no SESC de Rio Branco, no Acre; após apresentar uma palestra no mesmo Estado sobre imprensa, comunicação e meio ambiente. Trabalhou no campo cultural e de lazer, montou peças teatrais e organizou apresentações musicais. Utilizou a posição para fortalecer a comunidade indígena e promover encontros, tendo conhecido e se aproximado de Chico Mendes. Diante dessa atuação, o SESC fez uma articulação para a sua saída do cargo, conduzindo-o ao cargo de Coordenador de Ação Cultural do Estado do Acre, que correspondia ao atual Secretário de Cultura.
Em 1982, ocupando este último cargo, participou de uma reunião nacional do MEC em Brasília, quando defendeu que a pauta preestabelecida não atendia em nada aos interesses do Acre, e sim que seria importante dar voz aos diversos representantes para que pudessem expor os anseios e traçar um projeto nacional em termos de cultura. Daí em diante, todas as reuniões acataram a ideia. Foi relator da reunião que pela primeira vez exigiu a criação do Ministério da Cultura. Propôs a criação do Pacto Cultural da Amazônia e foi coordenador do projeto enquanto existiu. Conseguiu desenvolver o projeto Saber Comum com Governo Federal para diagnóstico cultural do Estado do Acre, visando conhecer a cultura popular sem pretender introduzir novos e externos padrões culturais.
Quando o Secretário de Cultura do Estado de São Paulo era João Carlos Martins, promoveu a Feira de Cultura do Brasil, com amplo envolvimento de todos os Estados brasileiros. No Acre, também atuou como jornalista no jornal Rio Branco e no Folha do Acre; e, depois, na última fase, foi editor do jornal Gazeta do Acre. Ainda no Acre, saindo dos cargos antes descritos, teve uma empresa de comunicação social e trabalhou para o primeiro governo eleito do Estado, pois antes o Governo era indicado.Ajudou a construir as primeiras organizações pró Diretas Já no Estado do Acre.
Voltou para o Rio de Janeiro, onde passou um ano na área de jornalismo e imprensa do CESP, inclusive no período da 8ª Conferência Nacional de Saúde, que concebeu a atual noção do Sistema Único de Saúde. Mudou-se para Ilhéus e Camacan em 1987, onde retomou o contato com as origens familiares e com a cultura do cacau. Participou ativamente perante os Governos Estadual e Federal após a disseminação da vassoura-de-bruxa para chamar à ordem sobre a crise que estava se instalando.
Começou a dar aulas de redação no Colégio Vitória, em Ilhéus, com novos métodos de ensino, baseados na formação que teve no Jornal do Brasil. Em março de 1990, entrou para o Instituto Nossa Senhora da Piedade, na gestão da Irmã Georgina Costa, onde permaneceu até a aposentadoria. Na Piedade, montou a peça Cidadão Jesus, durante 4 anos;a peça Dores de Maria, durante 3 anos;a peça O Grito da Voz de Dentro, com fragmentos de diversas obras sobre a consciência; e escreveu o roteiro de dois desfiles, um de uma escola de samba em 1992, De Colombo a Collor, com 1100 participantes, inclusive Chica de Cidra e Leto Nicolau, e o outro em agradecimento à comunidade pelo apoio à restauração da Piedade. Em 1992, festejou os 80 anos de Jorge Amado com a presença do autor em um grande evento na Piedade, juntamente com as escolas Ursulinas de Salvador e Ribeirão Preto, tendo na programação montagens sobre os 5 livros do autor que abordam Ilhéus e região.
Em 1998, foi convidado por Renée Albagli para auxiliar a Universidade Estadual de Santa Cruz na programação dos 500 anos do Brasil e montar um espetáculo baseado no texto O Auto do Descobrimento, de Jorge de Souza Araújo. A partir desse espetáculo, fundou o Núcleo de Artes da UESC, responsável pela formação inicial de artistas que até hoje se apresentam em Ilhéus. Nesse Núcleo, implantou o sistema de teatro de modelagem que aprendeu com Martim Gonçalves, na Embaixada Francesa do Rio de Janeiro, e desenvolveu também trilhas sonoras e peças, como O Auto da Compadecida e Terras do Sem Fim. Ainda no Núcleo, escreveu a peça Cururupe, sobre a batalha dos nadadores.
No Colégio Instituto Nossa Senhora da Piedade, em Ilhéus, entre 2008 e 2015, criou e coordenou o Programa de Educação Global, que levava e recebia alunos em intercâmbio por escolas Ursulinas ao redor do mundo, alocando-os em famílias locais, além de apresentá-las a cultura das respectivas cidades e de contribuir para o aperfeiçoamento dos professores envolvidos. Em Ilhéus, dirigiu espetáculos em programações locais, tais como Prata da Casa e Projeto Seis e Meia, e em ambientes locais, como a Casa dos Artistas. Durante o período de residência na Bahia, escreveu três livros, ainda inéditos: “Então Eu Grito”, de poesia; “Museu meu”, de poesia; “Sustos sem suspiros”, de contos. Compôs com Luciano Sanjuan Portela a música “Ilhéus”, que homenageia a cidade, gravada por Marcelo Ganem. (Na foto, ladeado pelas acadêmicas Jane Hilda Badaró e Anarleide Menezes, em evento cultural de Ilhéus. ) 
ABERTO PERIODO ELETIVO PARA CADEIRA N. 15 DA ALI, COM CANDIDATURA ÚNICA DE FABRÍCIO BRANDÃO 
Encontra-se aberto o período de votação para a cadeira de n. 15 da ALI, anteriormente ocupada por Newton Pádua, com encerramento marcado para 29 de novembro próximo, às 17 horas. Fabrício Brandão é candidato único, por indicação dos membros presentes na reunião ordinária de 25 de outubro p.p., conforme ditames regimentais. Graduado em Comunicação Social pela UFES -Universidade Federal do Espírito Santo, Fabrício enveredou pelo ofício de editor cultural, editando a Revista Eletrônica de Literatura e Artes “Diversos Afins”, mensalmente,desde 2006, juntamente com Leila Andrade.Natural de Ilhéus- Bahia,”tem uma profunda e misteriosa relação com a palavra escrita, além de um amor táctil e espiritual pelos livros, fato que o desloca a lugares invisíveis com alguma freqüência”, conforme afirma. Produz textos literários ligados à poesia e prosa, bem como resenhas e ensaios sobre literatura, cinema, música, artes plásticas e fotografia. Atuou como parecerista ad hoc de texto original apresentado para publicação junto à Editus- Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz. Amante da sétima arte, engajou-se em projetos de exibição de filmes, a exemplo do Cinema BR em Movimento. Alguns de seus versos estão dispersos pela coletânea Diálogos – Novo Panorama da Poesia Grapiúna (Ed. Via Litterarum/Editus – 2010 – 2ª edição). Na categoria conto, integrou a coletânea Traços Tortos (Contos & Crônicas), publicada em 2015 pela Editora Mondrongo. Morou em quase todas as regiões do país, e deduz que sua sina não respeita endereço fixo. Atualmente é mestrando em Letras: Linguagens e Representações pela UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), cuja linha de pesquisa reúne literatura e cultura. Membro do Conselho Municipal de Cultura de Ilhéus, representante da cadeira de literatura.
Texto (e/ou org.): Jane Hilda Badaró /Secretária Geral da ALI – novembro 2017

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