segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Sem o Hospital Luiz Viana Filho população não terá atendimento

As manifestações dos funcionários e o desespero da população ilheense não é pelo fechamento do Hospital Geral Luiz Viana Filho, mas pela desativação dos serviços ali oferecidos, principalmente com relação à pediatria e obstetrícia. O Hospital Regional da Costa do Cacau, que será inaugurado no próximo dia 15, não dispõe desses serviços. As crianças de Ilhéus e área de abrangência só poderão adoecer daqui a um ano, prazo igual para as mulheres que tiverem necessitando de atendimento obstétrico.
O fato de os serviços serem assumidos pela Prefeitura de Ilhéus agrava o caos anunciado. Já se fazem 11 meses do governo ‘alegre’ do médico ortopedista Mário Alexandre e os seus secretários de Saúde foram anunciados, desanunciados, trocados, improvisados e importados por acordos, obra e graça do senador Oto Alencar, e o quadro do setor permanece uma lástima. A prefeitura se limita a olhar pelo retrovisor para justificar a desgraça. O ilheense eleitor e pagador de impostos sabe da situação deixada pelo gestor anterior e por isso elegeu o atual gestor.
Nesta terça-feira os funcionários do Hospital Geral Luiz Viana Filho farão uma manifestação a partir das 14h, com saída do estádio Mário Pessoa em direção à Câmara de Vereadores de Ilhéus, onde, se forem recebidos, pretendem explanar a situação. De acordo com Diala Magalhães, “o Sindsaúde por várias vezes tentou dialogar com o Governo do Estado e com Secretaria de Saúde, mas não foi recebido”. A sociedade local precisa alertar ao governo do Estado que vai haver um caos na Saúde de Ilhéus com a interrupção dos serviços prestados pela unidade.
Para o vice Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Ilhéus Yolando de Souza, a falta um diálogo do estado com a sociedade, sobre o destino do Hospital Geral responsável atualmente por todo atendimento de urgência, emergência e pediatria no município, bem como o destino dos seus funcionários é o motivo desta grave situação.
Por sua vez o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, numa entrevista meia ‘apaga incêndio’ chamou de “boatos” que o Hospital Geral de Ilhéus será fechado, com a inauguração do Hospital da Costa do Cacau, no próximo dia 15. Vilas-Boas reafirmou que, em parceria com o município, o Geral de Ilhéus será transformado em um moderno hospital-materno-infantil, com uma grande estrutura de obstetrícia e acompanhamento neonatal de média e alta complexidade, além de internações pediátricas clínicas e cirúrgicas.
Fábio Vilas-Boas acrescenta que “o Hospital da Costa do Cacau é um hospital de abrangência regional, destinado ao atendimento de média e alta complexidade, em diversas especialidades. O acesso à unidade deverá ser realizado, primordialmente, a partir de unidades municipais de menor complexidade da região sul, incluindo Itabuna. O acesso por demanda espontânea da população será regulado através do Acolhimento Com Classificação de Risco (ACCR). Isso quer dizer que demandas de baixa complexidade, tipicamente de atenção básica, “que não ameaçam a vida”, deverão ser atendidas em unidades municipais (unidades básicas de saúde, unidades de emergência ou UPAs), para onde esses pacientes deverão ser referenciados, antes de irem para o Costa do Cacau.
O secretário só não disse onde estão as UPAs. O governo anterior recusou a implantação das UPAs no município fugindo dos custos de sua manutenção. O governo atual não consegue levantar paredes de postos de saúde que estão no chão. Noutros não consegue fazer funcionar porque faltam médicos e pessoal. Existem ainda os que não funcionam por que nas impressoras não têm tinta para imprimir as ordens de procedimentos ou acesso a internet para agendar procedimentos.
O próprio secretário Vilas-Boas, quando da visita ao Hospital Costa do Cacau, deu uma reprimenda no Prefeito de Ilhéus diante de todos os convidados: “você precisa cuidar melhor da rede de atenção básica. Em Ilhéus está muito ruim” e esclareceu ao alcaide ilheense a função do novo Hospital.
Ora! Se o secretario de Saúde do Estado tem conhecimento da tragédia que se tornou o setor de saúde publica em Ilhéus porque insiste em interromper os serviços prestados pelo Hospital Luiz Viana Filho para reformar e entregá-lo a atual a inapetente gestão municipal?
Como ficam e onde serão atendidos os órfãos da negligência (crianças, mulheres etc) se com a chegada do Hospital da Costa do Cacau, o Estado optou por municipalizar o Luiz Vianna Filho, que deverá ficar fechado por cerca de um ano para as reformas? Negue o Secretário Estadual Fábio Vilas Boas ou não, o fechamento do Hospital Geral vai acabar com o atendimento de emergência, pois o Costa do Cacau atenderá pacientes já regulados, segundo ele mesmo

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