domingo, 29 de dezembro de 2019

Por uma saúde humanizada

Tatiani V.Harvey 
Médica Veterinária 
Doutora em Parasitologia/UESC

CRMV/BA 04034
@tatiani_harvey
Em meio a tanta tecnologia, o período de festas de fim de ano ainda é a maior âncora para o despertar da humanidade dentro nós. É com este pensamento que trago uma reflexão sobre a relevância do processo de humanização na saúde pública. 
Vivemos num contexto de evolução tecnológica contínua, que passo a passo, sorrateiramente, absorve nossa humanidade, redefine nossas relações sociais, distorce nossos valores e prioridades e fragiliza nossa conduta enquanto indivíduos, chefes de família, profissionais e cidadãos. E, além das barreiras digitais, diversos fatores do nosso cotidiano distanciam-nos cada vez mais do contato, do cara a cara, da fraternidade e do cuidado com o próximo, em todas as áreas de nossa vida. 
Por mais irônico que pareça, a humanização da área da saúde precisa ser retomada. Pensamento estranho, não? Saúde não se ganha apenas com equipamentos ou medicamentos mais avançados, mas também com calor humano. Todos os profissionais de área de saúde declaram o seu comprometimento eterno com a saúde humana ou animal, com eloquência, ao fim de suas graduações. Todos os legisladores abraçam os direitos à saúde e ao bem-estar perpetuados na constituição. Além disso, a humanização em saúde vai além dos livros e jalecos. Todos os pais assumem a responsabilidade de ensinar higiene pessoal e ambiental aos seus filhos. Todos os tutores de animais de estimação assumem a responsabilidade de zelar pela saúde dos animais, a fim de não gerar danos à sociedade. Mas, nenhuma dessas bandeiras é efetiva sem humanidade, sem amor ao próximo, sem coração. 
Assim, a mensagem que eu gostaria que tocasse o seu coração, hoje e todos os dias, é que Saúde precisa de empatia. Esta é a química que falta, ou inexiste, em muitos hospitais, clínicas, farmácias, órgão públicos e centros familiares. Dar ou promover saúde não é apenas gerar novas tecnologias ou insumos ou prescrever receitas ou administrar medicamentos...Dar e promover saúde é, primeiramente, criar uma conexão com paciente, com o cidadão, com o tutor. É ouví-lo e entendê-lo. É saber desengatilhar e engatilhar os hormônios certos mostrando um sorriso, positividade e carinho. O cuidado não deve se ater apenas aos protocolos e receitas, pois todos, homens e animais, vivem realidades distintas. A chave está na percepção da realidade individual ou, em certas ações, da realidade coletiva, na integração e na disseminação de conhecimento e, mais importante, no amar ao próximo, como a si mesmo. 

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