quinta-feira, 14 de maio de 2020

14 de maio dia de oração e jejum, momento de contemplação e reflexão para todos



Há poucos dias do dia de oração, jejum e invocação para a humanidade, marcado para 14 de maio e convocado pelo Alto Comitê de Fraternidade Humana, o pensamento do fundador e diretor do Instituto Tevere para o Diálogo Inter-religioso, o estudioso islâmico nascido na Turquia, mas romano por adoção, Cenap Aydin.
(Francesca Sabatinelli - Vatican News) - Neste momento de crise, gerada pela pandemia de Covid-19, além do caminho que cada um de nós faz para se proteger do vírus, chegou a hora de nos dedicarmos à contemplação e à reflexão. Cenap Aydin, diretor do Instituto Tevere, centro do diálogo intercultural e inter-religioso de Roma, lê esse significado no dia 14 de maio, dedicado à oração, jejum e invocação a Deus pela humanidade atingida pela pandemia ao qual o Papa Francisco aderiu, promovido pelo Alto Comitê para a Irmandade Humana, composto por líderes religiosos que se inspiram no documento assinado em Abu Dhabi por Francisco e pelo grande imã de al-Azhar, Al Tayyeb. O Alto Comitê propõe se dirigir a Deus a uma só voz para que preserve a humanidade e a ajude a superar a pandemia.
A memória lembra os jejuns pedidos por São João Paulo II
"Este dia - explica Aydin - certamente não toca apenas as pessoas de fé, mas todos os seres humanos". A abordagem de Francisco, ele continua, é “uma abordagem muito inspirada. Ele sempre pede aos fiéis, e não apenas a eles, que façam uma oração principalmente pela paz. Também convida todos a terem um desejo de paz, bem-estar, bem comum, e este convite que eu diria que vai para todos". O dia da oração em 14 de maio cai em pleno Ramadã, o mês sagrado e de jejum do Islã, portanto um jejum que diz respeito a todos, e não é a primeira vez, ressalta Aydin, lembrando o convite ao jejum feito por São João Paulo II para pedir paz ara a Bósnia massacrada pela guerra, nos anos de 1993-94. E, novamente, Aydin cita o Angelus de 18 de novembro de 2001, quando o Papa Wojtyła convidou para um dia de jejum e oração, nos meses dramáticos que se seguiram aos ataques em Washington e às Torres Gêmeas de Nova York, explica ele, quando muçulmanos e católicos foram convidados a observar um dia de jejum e oração juntos.
O jejum de 14 de maio coincide com o jejum do Ramadã.
“Também no próximo dia 14 de maio - ele continua - é outro dia do Ramadã, mas agora o convite é muito mais extenso, é dirigido a todos. Desta vez, está sendo dando mais um passo à frente, e o papel das religiões é muito claro aqui, porque agora os fiéis, mas acima de tudo os líderes das religiões, testemunham a unidade em comunicar ao mundo que os problemas da humanidade não estão fora das religiões, mas que as religiões, fazendo parte de nossa família humana, estão diretamente envolvidas na busca de soluções para essas crises, bem como para todos os problemas que pertencem à nossa humanidade".
Até Maria no Alcorão enfrenta o jejum da palavra.
Para Cenap Aydin, há muitos pontos que, neste momento, unem a família humana, mas há um em particular: o sofrimento, que não conhece nacionalidade, religião e etnia. As horríveis notícias deste período nos aproximam uns aos outros, nos unem no esforço que gostaria uma solução imediata. O diretor do Instituto Tevere conclui com este pensamento dirigido à Mãe da história, a Maria, neste mês mariano. "No Alcorão, capítulo 19, Maria, Maryam, é convidada por Deus, de acordo com a tradição islâmica, a observar o jejum, um jejum muito especial, o jejum da palavra, a permanecer em silêncio quando nasce Jesus. Maria estava muito preocupada em como responder ao seu povo e, portanto, vemos uma Maria, Maryam, que não fala, permanece em silêncio, jejuando, orando, contemplando, esperando uma resposta de Deus. Hoje, em outra situação, podemos fazer referência a essa cena do Alcorão. Redescobrimos a nossa fraqueza, descobrimos que somos tão frágeis, mas agora é essa fragilidade que nos leva a nos unirmos novamente na oração, no jejum, no amor que nos abraça e, pela oração, no amor de Deus".

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