sexta-feira, 17 de julho de 2020

A pandemia da doença ideológica

Dra Tatiani V Harvey
Médica Veterinária
Mestre e Doutora  em
 Ciência Animal Ênfase
em Doenças Parasitárias
 
Há tempos venho me questionando sobre o impacto que todas estas transformações sociais impostas pelos adeptos ao liberalismo radical, sem diálogo, terão sobre a vida futura de meus filhos e de suas comunidades. E o que vejo e sinto não é a busca justa e ética pela cura das mazelas da sociedade atual, mas sim o definhamento físico, mental, social e espiritual do ser humano, ou seja, uma sociedade cada vez mais doente. 
Esta percepção faz-me questionar sobre o real propósito da nossa instituição maior em saúde no mundo, a OMS, que define a saúde como “ um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. É tão difícil perceber que as guerras ideológicas estão causando mais segregação, inversão de valores e decepando a integridade humana? E que a consequência de tudo isso é a doença coletiva? 
Está sendo incrivelmente difícil ser mãe nesses tempos! É cada vez mais desafiador falar sobre os valores e o seu escalonamento. É difícil exemplificar quem ou o que está certo ou errado. Hoje, a própria mídia coloca em xeque a educação dada pelos pais. E, na verdade, a maior parte da mídia está mais preocupada com recrutamento e não com a manutenção dos bons valores. Eu, assim como muitas outras mães, não quero, por exemplo, que meus filhos pensem que só temos policiais e políticos ruins, se a verdade é que temos gente ruim e desqualificada em todas as profissões. Esta conclusão é o resultado da lavagem que tem sido historicamente feita nas nossas mentes e na mente das futuras gerações. E você já se perguntou o porquê de não serem mostrados relatos de bons exemplos, com mais frequência? Como explicar aos filhos sobre o porquê da destruição de monumentos históricos? Até a nossa própria história familiar está recheada de momentos difíceis. Como explicar o casamento de humanos com animais, dos banheiros unissex? Como conversar sobre as diferenças raciais? Há muita discriminação contra negros, sim. Mas, devemos tratar como racismo aqueles que chamam os brancos de desbotados? Como discutir sobre fake news se nunca houve uma discussão sobre sua definição? Como falar de justiça quando vemos juízes veiculando inverdades na mídia? Como tratar a hipótese das mudanças climáticas? Vocês leem os livros de ciência e história dos seus filhos? Quem decide o que nossos filhos devem aprender? Há muitos pensando que toda esta loucura irá sanar nossos problemas sociais. Mas, será que esta é, realmente, a solução para construir uma vida melhor pra todos? O que os nossos filhos estão aprendendo, agora, é que a imposição de ideias, o vandalismo e a anarquia são as melhores estratégias para construir uma sociedade civilizada e justa. Será este o aprendizado que deixaremos para eles? Você, pai ou mãe, que concorda com esta realidade, aceita a imposição desta solução dentro do seu lar? Afinal, o esclarecimento exige coerência, não é? 
Meu papel como mãe é ser coerente, é mostrar o caminho da compreensão das diferenças e das limitações, tanto entre os homens quanto entre os animais. E mostrar que este entendimento é a base para tomadas de decisão e, assim, construir uma resposta justa a qualquer problema. É mostrar que cada dúvida deve ser questionada e dialogada para permitir a evolução pessoal do ser humano e resultar numa vida plenamente saudável. 
O fato é que a nossa sociedade foi tomada pela ansiedade, especialmente pelo medo e aprisionamento às ideologias, que têm impedido muitos de estarem e serem o que são. É muito frustrante ver os muitos que levantavam a bandeira da igualdade e da justiça inverterem o seu discurso, completamente, em atitudes nada democráticas. Todos estamos cada vez mais cansados e doentes. As ideias e ações precisam ser discutidas pelo coletivo, sem medo, sem boicote. Pois, não existe bem-estar sem o diálogo.

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