terça-feira, 6 de outubro de 2020

Grandes bancos veem risco de agravamento da crise fiscal com dívida maior que o PIB

Do ESTADÃO - O Brasil pode estar à beira de uma crise fiscal com a falta de ação do governo e do Congresso para responder ao risco representado pelo crescimento acelerado da dívida pública. Essa avaliação começou a ser retratada mais fortemente, nos últimos dias, por economistas e em relatórios de bancos nacionais e estrangeiros – que falam que uma crise envolvendo a capacidade do governo de se financiar entrou no radar.
A tensão no mercado aumentou com impasse em torno do financiamento do Renda Cidadã, pensado para substituir o Bolsa Família, mas com alcance e valor médio maiores do que o programa social criado na gestão petista. O sinal vermelho acendeu com o racha no governo sobre a flexibilização do teto de gastos (regra que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação) para acomodar entre R$ 20 bilhões e R$ 35 bilhões em novas despesas.
A crise para financiar a atual dívida do governo se somaria aos números já ruins em outros setores, como o aumento do desemprego decorrente da crise provocada pela covid-19.
“A política fiscal está convidando a uma crise da dívida”, diz relatório do Deutsche Bank, a que o Estadão teve acesso. Para o banco alemão, a falta de comprometimento com a contenção dos gastos está empurrando o Brasil para um “abismo” fiscal. “O tempo (para uma crise fiscal) é difícil de determinar. Esses eventos normalmente demoram muito para acontecer, mas podem desdobrar mais rápido do que o esperado.”

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