quarta-feira, 25 de maio de 2022

Mais de 90% da população de três cidades baianas são classificadas no CadÚnico em situação de pobreza e extrema pobreza

(Por g1 BA) As cidades de Rodelas, Cairu e Coronel João Sá têm mais de 90% da população em situação de pobreza e extrema pobreza no Cadastro Único (CadÚnico), segundo informações da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) da Bahia.
O governo federal classifica como extrema pobreza quando a renda familiar é de até R$ 105 por pessoa, também chamada de renda per capita. Já a pobreza é considerada quando a famílias tem renda entre R$ 105,01 e R$ 210. Esses valores foram estabelecidos no mês de março, em decreto presidencial.
Os dados do Cadastro Único, referentes a fevereiro deste ano, apontam que a Bahia tem 8.635.007 pessoas cadastradas. Do total, 5.759.234 estão em situação de extrema pobreza e 608.442 em situação de pobreza.
Em 2022, os municípios com maior porcentagem de pessoas cadastradas em situação de extrema pobreza e pobreza (renda per capita entre zero a 210 reais - Decreto 10.852, de 8 de novembro de 2021), são:
Rodelas: Total de pessoas cadastradas: 8.304 - Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 7.646 (92,08%);
Cairu: Total de pessoas cadastradas: 9.489 - Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 8.668 (91,35%);
Coronel João Sá: Total de pessoas cadastradas: 13.574 - Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 12.242 (90,19%);
Antônio Cardoso: Total de pessoas cadastradas: 8.807 - Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 7.907 (89,78%);
Coração de Maria: Total de pessoas cadastradas: 19.472 - Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 17.408 (89,40%).
A SJDHDS da Bahia também enviou ao g1 o ranking de cidades com mais cadastros em pobreza e extrema pobreza, referente a fevereiro de 2021.
A cidade de Antônio Cardoso, a cerca de 120 km de Salvador, não estava presente e em 2022 passou a ocupar o lugar de Itaparica, na Região Metropolitana de Salvador, que registrava 14.452 cadastradas, com 12.948 (89,59%) em pobreza e extrema pobreza.
"O CadÚnico consegue fazer um mapa representativo de pessoas vulneráveis, mesmo ele sendo auto declaratório. Lá a gente faz perguntas sobre qual tipo de acessos a serviços públicos que ela tem, acesso ao mercado de trabalho e escolaridade", disse o coordenador do Bolsa Família, na SJDHDS da Bahia, Jaimilton Fernandes.
No questionário para o cadastramento, os funcionários da Assistência Social também perguntam sobre questões de saneamento básico, encanamento de água, coleta de lixo e energia elétrica.
O coordenador do Bolsa Família, Jaimilton Fernandes, explica que existe um crescimento no número de pessoas que procuraram o CadÚnico para fazer o cadastro desde novembro de 2019. As explicações para o fenômeno são várias.
Suspensão do auxílio emergencial;
Mudança do programa social Bolsa Família para Auxílio Brasil;
Aumento dos preços de alimentos.
Para ele, o fim do auxílio emergencial contribuiu para que muitas pessoas entrassem na lista do Cadúnico.
"Infelizmente o salário mínimo, o real, perdeu o poder de compra. A inflação acaba consumindo boa parte do poder de compra das famílias", diz Fernandes.
O gestor conta ainda que, entre os cadastrados, a Bahia tem mais famílias que recebem o Auxílio Brasil do que pessoas que estão com a carteira de trabalho assinada.
"Esse é um movimento que a gente percebe, infelizmente. Quando aumenta o desemprego é que aumenta a demanda na Assistência Social. Quanto maior a precariedade dos empregos das pessoas, obviamente maior é a procura por um complemento de renda".

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